sexta-feira, 30 de julho de 2010

Água azul, tubos, amigos

O paraíso deve ser isto

Samoa 2010 from Craig Lyons on Vimeo.

Puerto (bem) Escondido

Arranca mais uma etapa do Mundial IBA, o Zicatela Pro. O palco, um dos melhores beachbreaks do Mundo, Puerto Escondido, ou praia de Zicatela; os protagonistas são os do costume; o espectáculo, garantido. Pois, mas não para nós. A prova que continua até 6 de Agosto até tem um site medíocre mas janelinha a dizer "Live" é que tá quieto.

Não entendo, não consigo e não quero entender, como é que raio um circuito que se diz Mundial continua a ter etapas sem transmissão em directo. Queremos rivalizar comercialmente com o surf como? Quando? Se quiser ver o Billbong Pro em Jeffrey's Bay posso dar-me ao trabalho de escolher entre a net ou a Fuel TV (gratuita para quem tem Meo), agora para ver uma prova do "Mundial" IBA (começa a parecer-me pomposo este termo), é esperar que coloquem uns vídeos 24 horas depois Mas esperar sentado.

E o problema é que este não é caso isolado. Ainda há dias li críticas ao Nacional, que só tem três etapas e que a desorganização e tal... Subscrevo muitas dessas críticasm, ou todas, mesmo. Mas depois, quando vejo estes exemplos da IBA, penso que não fazemos mais do que seguir a tendência. Eu acredito no potencial mediático do bodyboard, mas se continuam a desperdiçá-lo desta maneira, então mais vale agarrar na minha pranchinha e ir para a praia esperar, tranquilamente, que só o nosso entusiasmo e carolice sejam suficientes para que isto não morra. Mas, às vezes, já nem sei se merece a pena chatear-me.

Zicatela Pro 2010 from Abisai Morales on Vimeo.

quinta-feira, 29 de julho de 2010

quarta-feira, 28 de julho de 2010

Ride It

Olha, uma boa revista.


Spot Ride It #40 - Edição Julho_10 - 720p from Cícero Spinola on Vimeo.



Bons Tubos

"Este blog é patrocinado pela NMD?"

Ben Player Hawaii 2010 from pjhadley on Vimeo.

More surf porn

Inverted Ep 2.2 - Dallas Singer Hawaii 2010 from Inverted Bodyboarding on Vimeo.

Adivinha

Ora que onda é que isto vos lembra?

Jeremy Faulds Power Session from Cameron Green on Vimeo.

On the knee

Confesso que não sou grande fã de DK. Mas quando feito a este nível e, sobretudo, em ondas destas, dá gosto. Mr. Matt Lackey vs. Cloud Nine.

Lost on Cloud Nine from Limited Edition on Vimeo.

Definição de profissional parte dois*




King lid quite a Player

GO HOME LIDS.

There used to be a sign spray-painted with those disrespectful words on a wall at one of the great breeding grounds of Australian surfing, Merewether Beach in Newcastle.

It was a directive for anyone riding a bodyboard to piss off, basically.

The consensus was that if you couldn't stand up, you couldn't surf and should go and play with the children between the flags.

Bodyboarders who did take their esky lids into the real surf were treated worse than lepers.

Sydney's Ben Player is trying to change perceptions - and succeeding. He's won the past two world titles and gained the respect of the undisputed king of traditional boardriding, Kelly Slater. In Australia, he walks around unnoticed but overseas, he's a superstar.

"Ben gets a fair share of respect from the crew there," Slater says of Player paddling into the cauldron of Pipeline in Hawaii, where locals let you know with their fists if you're not welcome.

"He doesn't really say all that much but seems to get the job done right. He has a good eye for how to ride a wave. A great surfer is a great surfer, no matter what they ride."

Player has earned his dues.

Overcoming fear is the one true way to earn respect in the water and he's done that time and again. A savage wipeout at Teahupoo in Tahiti left him with blood pouring from both ears. He takes the drop on Pipeline bombs that others shy away from. He tackles the ferocity of Arica in Chile without flinching.

"That world title - it's so bloody important to me," Player says.

"I'd been dreaming about it since I was 10. It was something I really wanted to do but there was a stage when it looked I might be running out of time. There's not much recognition here in Australia, no one has a clue who I am and the sport doesn't get much of a mention.

"But I want it to boom. The more people get to see it, the more they'll get into it.

"We're all out in the water, we're all out there because we love the ocean and want to ride waves. It doesn't matter what you ride. Who says one car is better than another?"

There have been rough patches.

Three years ago, he lost more than $100,000 in sponsorships in one day, meaning he could barely afford the umpteen coffees a day he likes to guzzle.

In 2005, a defining moment: a world tour event at Shark Island off Cronulla was hampered by poor swell. Competitors had the choice of either splitting the $120,000 prizemoney and ranking points, or throwing themselves into heats.

Player wanted to get out there. No one else did. The contest was cancelled. His frustration left him sobbing with anger in his car.

He went out and surfed to show his defiance at the decision of his rivals. 'You fools,' he thought. 'This is what we're supposed to do.' He came back in with a slashed hand - but a point proven.

He powered to two world titles. Today, his quest for a third begins at Pipeline, one of surfing's greatest cauldrons.

He's starting to feel the love. The sign at Merewether saying GO HOME LIDS is no longer there.

* Publicado no The Sydney Morning Herald (17 Fev. 2008)

A definição do que é ser profissional*




“I'm a brand, I lend myself to their product and as a result we make a better brand.”

* Ben Player in Riptide a propósito da renovação do contrato com a NMD

terça-feira, 27 de julho de 2010

segunda-feira, 26 de julho de 2010

Não detesto o Verão

Não vou dizer que detesto o Verão. Além de ser repetitivo, não faz jus ao que sinto neste momento, aqui, sentado ao computador, duche tomado há 5 minutos numa caixa de vidro ainda decorada com restos de areia, partículas de momentos mais felizes. E já suo.

O calor é insuportável. A falta de ondas é insuportável. Já passei por todas as câmaras do beachcam, aquelas janelas onde tantas vezes vislumbro promessas, medos e entusiasmo, tudo misturado. Hoje só vejo calor. E suo.

Sim, hoje é daqueles dias em que o calor não só se sente, como se vê e se pode tocar com os dedos, como uma cortina. Sobe a partir das calçadas de pedra, do alcatrão negro das estradas, da alvura das dunas. Um calor que oprime e deprime. Pois, é isso, deprime: não há ondas.

E hoje não tenho o trabalho para me distrair desta triste realidade. Hoje e amanhã estou de folga. Folgas semanais tantas vezes aproveitadas para encaixar sessões-maratona de ondas e que hoje (e amanhã) cairão em saco roto. Perdidas.

Falei com o Cocas, ontem, ao telefone: lá está ele, com camiões de gajas e marisco e cerveja no seu refúgio do Oeste. Um dos nosso amigos tem um canhão novo em folha para testar, feito pelo gajo que faz as bombinhas do Rawlins. E o avião novo está lá. A seco.

Eles riem, divertem-se, bebem, mas sente-se aquela lixa de frustração que nasce ali no fundo da garganta. Não há ondas.

Estou quase a fazer uns quilómetros para sacar umas marrecas onshore à Praia Grande. Mas até isso me lixaram. Morreu lá um miúdo ontem. 13 anos. Ontem só conseguia pensar na família, amputada brutalmente e sem, sequer, o consolo de um corpo para velar.

Daqui a pouco vem aí Agosto. Eu faço anos em Agosto. O meu irmão também fazia anos em Agosto. Foi-se embora no mesmo mês. É uma merda de um mês, o Agosto. É uma merda de estação, o Verão. Está demasiado calor e não há ondas para lavar a alma.

Não detesto o Verão. Às vezes é pior que isso. Só que não tenho palavras. Só isso.

domingo, 25 de julho de 2010

Nice little clip tuga

JustlikeBB.com 10 | António "Bodecas" Saraiva from justlikebb.com on Vimeo.

Uma lança em África



Os media de surf são conhecidos por serem alheios, ou incapazes, ou o que for, de, nem que seja, reconhecer a existência do bodyboard. Ter um conteúdo de bodyboard numa revista ou site de surf é sempre considerado uma pequena vitória, porque só feitos extraordinários conseguem passar esse muro. Seja o reconhecimento de Mike Stewart pela Surfer como um dos melhores 50 "Surfistas" de sempre ou triunfos mais modestos, como o da inclusão do trailer do novo filme de Mitch Rawlins no site Surfline, tudo acaba por ser objecto de surpresa.

É verdade que temos de procurar bem pelo trailer, mas ele lá está. É pena estar tão escondido porque tenho a certeza que ajudaria a abrir a cabeça de muita gente relativamente ao verdadeiro potencial das nossas "esponjas" nas mãos certas.

Para (re)ver aqui

sexta-feira, 23 de julho de 2010

Pierre de Portugal




É do conhecimento geral que Pierre Louis Costes gosta muito de Portugal. Eu próprio já tive o privilégio de o ver tratar de umas marrecas na Costa, ao lado de Hugo Pinheiro.

As razões dessa paixão pelo nosso país (Rute Penedo) também são sobejamente conhecidas. Ao pormenor, dirá quem já viu as fotos da sexy louraça da Margem Sul na Playboy...

Mas, sim, isto ainda é um blogue de bodyboard e foi disso mesmo, da arte de bem surfar num pedaço de esponja que o francês foi falar na escola do Paulo Costa. Um dia recolhido numa pequena foto-reportagem aqui reproduzida.

Bruto

Nomad Presents Chris James from Limited Edition on Vimeo.

A outra Indonésia

Numa altura em que meio mundo me diz que vai para a Indonésia, o meu amigo João recordou-me que, para quem não tem alergia à borracha, há sempre mais mares:

quinta-feira, 22 de julho de 2010

Os nossos XXL



João André "Magoito" é o vencedor do prémio extreme wave da FPS, na modalidade de BB (José Gregório venceu em surf). Uma iniciativa de valor da Federação que fez mexer a comunidade do bodyboard como nunca se viu por cá. Mas não podia faltar alguma polémica. E tudo porque os regulamentos não estavam ao dispor dos votantes.

Rapidamente, os campos foram delimitados e os votos comquistados através de todos os meios disponíveis, com o Facebook na linha da frente. Porkito aparecia na Praia do Norte numa sessão que desafia classificação. Houve quem falasse de loucura, outros de valentia e ainda outros, de estupidez. Uma mistura de todas, sem dúvida, mas mais que bodyboard, uma mítica demonstração de tomates. Dele e de Ricardo Faustino. E por se tratar destes dois, acaba por nem surpreender assim tanto.

Mas, inesperadamente, numa competição de ondas grandes com Magoito e Porkito, quem se chegava à frente era Hugo Pinheiro. Mais conhecido pelos dotes de competidor e surf "técnico" (como se não houvesse técnica em dropar ondas grandes), o homem da Caparica liderava a votação com um vídeo na Peralta, a mesma onda com que João André participava, aliás.

Então, numa volta rocambolesca digna de Hitchcock, a candidatura de Pinheiro foi eliminada e João André levou o prémio. As críticas ao vídeo de HP, filmado num formato diferente do exibido, e que dava a ideia de a onda ser "maior" do que era na realidade foram apontadas como a base da decisão. Curiosamente, o vídeo foi proposto aos atletas como forma de suportar a veracidade da foto. De tal maneira, que Porkito não apresentou a surfada em vídeo, apenas em foto. E depois, inexplicavelmente, os vídeos foram exibidos como base para a votação.

A polémica estava ao rubro. Mas só porque o caso foi pessimamente gerido ao nível da comunicação (parece ser sempre um dos problemas endémicos do BB). Segundo apurei, o que ditoub a eliminação de Hugo Pinheiro foi a data da dita surfada, anterior ao prazo estipulado pela FPS. Mas esta foi uma decisão tomada apenas após uma queixa recebida na Federação.

Ou seja, não só se aceitou a inscrição de Hugo Pinheiro, apesar de esta não cumprir os critérios, como não se explicou, em lado nenhum, o que se tinha passado. Ou seja, manchou-se a imagem do atleta com a ideia que este tinha tentado ludibriar a competição com um "truque de espelhos" videográfico. E o João André também sai lesado porque tem os fãs do Pinheiro a pensar que só ganhou porque eliminaram o gajo da Caparica. Uma confusão.

E, já agora, colocar uma janela de meses quando não temos assim tantos dias de mar grande surfável parece-me discutível. Mas isso são outros 31...

Se tudo isto chega para destruir a iniciativa? Quase, mas não tanto. Eu, por mim, estou ansioso pelos prémios de 2011. Mas e que tal afixarem os regulamentos? Saimos todos a ganhar.

Não há fome...

...que não dê em fartura. O povo di-lo e com muita razão, como se depreende dos bons clips que têm surgido, nos últimos dias, sobre Ben Player. E se, noutros espaços de discute sobre a abundância ou qualidade da produção de vídeo de bodyboard, sobre estes, tenho a dizer que são só nata.

Enjoy

Ben Player Hawaii 10' from Jaden Dickey on Vimeo.

quarta-feira, 21 de julho de 2010

Diz que é do material

O bodyboard tem destas coisas. Imaginem o Schumacher a vender a sua própria marca de carros. Diz que é do material.

Mitch Rawlins

FOUNDboards: Available at Inverted Bodyboarding Stores from mitchrawlins.com on Vimeo.



PS: Sim, Cocas, que original: outro australiano. Mas este também faz umas ondas...

Hardy na Terra Média

Isolated - Ryan Hardy in New Zealand from goosesPOV on Vimeo.

Para o ano eu vou

Sangat Bagus from Cameron Danzey on Vimeo.

Rei morto

Há bodyboarders que não páram de surpreender. Seja por que sacam backflips em ondas gigantes, como o PLC, seja porque dropam ondas que não deviam, como o Hardy, seja porque apresentam filmes pavorosos, como o Mike, ou porque não páram de arranjar problemas, birras, queixas ou teorias da conspiração.

O regresso de Damian King à competição não está a correr como planeado. No ano passado, a desculpa foi a falta de ritmo e as pranchas. Este ano, tratou do problema das pranchas e ... nada. Os resultados continuam sem aparecer.

Agora, o Bodyboarder que já foi Rei, brilhou ao mais alto nível. Abandonou uma competição por não concordar com a escolha do local para a competição? The Joker, deve ser das alcunhas mais bem escolhidas do desporto Mundial ...


Aqui fica a versão do próprio.

Well firstly congratulation to Chase O Leary who took out the Port Pro, picksy was the top dog in town! Woof!!! I finished 5th,, getting knocked in a man on man heat with Mark Parsons in the last 20 seconds. Didn't see it coming, but that's life. I then (boastlyfully) went in the drop knee semi and got a perfect 10 and a 9.5...I was pretty stoked! HA!

The contest director (present for Bodyboarding N.S.W) moved the contest to North Wall on the second and third day of the event, this was after much convincing and persuasion from myself and other riders to move the event into good waves.

There the contest was great, a lot of big moves, great bodyboarding and everyone was stoked. The level of riding must have been the highest it's been in Australian Bodyboarding for quite some time. However this persuasion was quite an exercise and I couldn't understand why a contest director of any contest would want to have their contest in poor quality waves, if they have that option to have it in good waves. I know the major sponsors preferred to do the right thing by the riders so I couldn't understand this mentality.

A few years ago when the Australian tour was in its peak the contest organiser Tom Wilson's main priority was having events in good waves, the result from this was a huge field of riders and the birth of arguably Australia's best competitors to date. They included Ben Player, Ryan Hardy, Mitch Rawlins, Andrew lester, Dave Winchester, myself and many more.

We had the most competitive junior riders in the world without a doubt and it was a pure consequence of the quality of the Australian Tour, which was in good waves. We travelled to Yorks Peninsular in South OZ, the reefs of Margret River and Rottnest Island in West OZ, South Coast quality beach breaks and more locations in the search for good wave venues.

No-one missed an event and the competitive atmosphere was like nothing I have seen since in Australian Bodyboarding. This is why I was amazed at how much complaining and unjustified excuses I heard from the contest director of N.S.W bodyboarding because they had to catch a 10 minute ferry over to Northwall for good waves. Ridiculous!

It's just not fair on the sport and the riders if contest directors have the option to move events into better waves and they don't because it might mean stepping out of their comfort zone! Well for the final day of the Port Pro they opted to run the event in 1 foot onshore sloppy break wall, which was embarrassing compared the to 4 feet wedging North Wall on the other side of the river.

Admittedly there was a small crowd there, but what they were watching wasn't what should have been promoted. The news crew and papers did come over to Northwall to capture the event in the good waves the days previous, this media outlet reaches far more people then the small crowed on the beach and the message of our sport is more accurate to how we want to see it.

Now just for the record if the event isn't mobile and there are no waves, then you have to play with the cards your dealt and I can live with that- that's just being professional. But when you have other better options and you don't take them, that in itself is what frustrates me.

I must be honest I was pretty angry at the decision especially after explain in depth how important it is to the riders that the event should be run in good waves, as the AGM (annual general meeting) only 2 days before! It prompted me to raise the issue at the AGM after I watch the grass root competitors (13 yrs to 20 yrs old) having to put up with the 1 feet poor condition when the waves at North Wall were going off, and the contest could have run there.

Organisers don't understand the damage they do to these competitors as all were well aware of the good conditions over the river and couldn't understand why they were surfing what they were, inturn burning the grass roots. I felt the decision was based more of a comfort factor (easier) to the organizers then what the riders and major sponsors really wanted. Because of that decision and the arrogance shown to the competitors by N.S.W Bodyboarding I decided not to compete in the final for DK pro at all.

It was a stand I felt had to be taken, as I know the strong message we previously delivered to N.S.W Bodyboarding at the AGM on this matter was ignored. I know other riders including myself won't be competing in this event in the future and it's a real shame to what could have been a great event. I will also be expressing my view to the sponsors of the event and proposing alternate events that encouraging of the growth and promotion of the sport, like the annual team challenge, which has been running for over 20 years.

As usual I will come out the bad guy in this episode, as I was the only one that voiced my opinion...to the organisers anyhow?
Damian King





Bons Tubos

terça-feira, 20 de julho de 2010

Mercado de futuros

Felizmente, se há coisa em que o bodyboard português é rico é talento. Em todas as praias do país conseguimos ver gente a surfar com nível bem razoável. E depois, de quando em quando, há destaques.

António Cardoso é, claramente, um desses valores raros. O rapaz surfa impecavelmente, seja meio-metro na Cova ou 3 metros na Praia do Norte. E compete como os melhores. E bons competidores são bem mais raros que os bons bodyboarders, essa é a dura realidade.

De uma safra de nazarenos em que podemos incluir Ben Coelho ou Dino Carmo, parece-me que Cardoso é o que promete mais.

Eu sei: futurologia vale o que vale, mas olhando para o perfil psicológico do rapaz e até a preocupação que vai tendo com a gestão da sua imagem e carreira (ainda mais raro no BB português e até mundial), acho que não perdia dinheiro se apostasse nele como o sucessor de Hugo Pinheiro e Manuel Cennteno. E mais se verá.

Black and White Holiday from António on Vimeo.

Está nos olhos

Lembro-me de, certa vez, estar a regressar ao carro com um companheiro de ondas que já antecipava o regresso à vida dos meros mortais com a mais poderosa trela dos dias de hoje. O casamento? Não, isso é a casota. Falo do telemóvel.

-"Xii, disse à minha Maria que estaria em casa há para aí (olhando para o relógio)...duas horas"

- "Oh pá, e eu também já devo ter umas poucas de chamadas não atendidas, mas isto estava mesmo bom, que se lixe!"

-"O problema é explicar-lhe que fiquei duas horas a mais na água porque 'estava bom'. Não se consegue explicar."

- "Ah ah..podes crer! Tenho o mesmo problema. É que só quem anda lá dentro é que consegue explicar. Esta merda é um vício que não se explica. Ou se sente ou tá quieto. Cmo é que eles dizem? "Only a surfer knows the feeling..." E a porra é que é verdade."

Pois. E a porra é que é mesmo assim. Mas depois há a surf porn, como diz o Cocas. Os clips de bodyboard são a metadona para a nossa heroína. Não chegam para nos satisfazer, mas, para os não inciados. podem servir para despertar a curiosidade.

E os filmes de desportos de acção estão a dar passos gigantescos. Já não falo no filme do Mitch Rawlins, que se for metade do que o trailer indicia, corre o risco de ser o melhor filme de bodyboard de sempre. A questão nem são só as sequências, o que se faz, mas a maneira como se começa a captar a acção.

Estamos em plena revolução multimédia. Nos dias das Go Pro HD, do software de edição de imagem, da internet, e da democratização do vídeo de alta-definição, existe depois uma camada de estratosfera tecnológica capaz de nos deixar de boca aberta.

Agora imaginem um filme de bodyboard feito com esta câmara. Chama-se "Phantom" (nas opções de resolução do youtube, escolham HD).

Pasmem.

segunda-feira, 19 de julho de 2010

Porno Surf




Olá, eu sou o Cocas e tenho um problema. Sou viciado em Porno Surf. Há quinze anos que o faço e continuo sem vontade de parar. Comecei na noite depois de fazer a minha primeira onda e nunca mais parei. Revistas, VHS, programas na televisão e mais recentemente no computador ou no iPod, vale tudo, a qualquer hora ou em qualquer lugar. Boa noite. Eu, sou o Cocas e tenho um problema.

Desde puto que gosto de passar os olhos por umas ondas antes de dormir. Serve uma foto, um livro, ou uma revista, mas se for em video, com nível e recente, sei que tenho garantida uma noite tranquila. Hoje, durmo bem.

No site do Ben Player estão 16 minutos daquilo que me parece ser do melhor que alguma vez vi fazer numa prancha de Bodyboard. Na água, um ET e atrás da câmara um genial desconhecido. O próprio reconhece orgulho "em cada onda, momento ou batida da música". E tem razão para o sentir. As ondas, um pormenor essencial nas sessões de porno surf, são deliciosas. Rápidas, agressivas, mas previsíveis e sempre entre o "está grande demais" e o "vai buscar a máquina fotográfica. TwoZeroZeroNine é um festim de Monica Belluci ou Scarlett Johansson.


Teaser for TWOZEROZERONINE Movie from Ben Player on Vimeo.




Irmãos, eu sou o Cocas e tenho mesmo um problema. Ao fim destes anos todos, de horas e horas perdidas a pensar em ondas que outros fizeram, continuo a querer mais. Gosto de adormecer ao som de ondas a estalar e até nisso o Player acertou. Lá para o final, quando a barra do Vimeo se torna assustadoramente azul, oferece-nos a melhor banda sonora possível: ondas a estalar quase, mas mesmo quase, em seco.


Boa noite, eu sou o Cocas e vou continuar a ter um problema. Não consigo deixar de pensar na próxima.



Bons Tubos

Ben Player

Ao contrário do que diz o meu (coff coff) amigo Cocas, não tenho um poster do Ben Player seminu ou de qualquer outro género na parede do quarto. Mas depois de ver este clip, começo a pensar se a reprodução do Klimt que tenho em cima da cama (faz um sucesso com as miúdas) não está a ficar datada...

Teaser for TWOZEROZERONINE Movie from Ben Player on Vimeo.



É ver o filme completo aqui

domingo, 18 de julho de 2010

Razões de uma supremacia

A Austrália é a única super-potência mundial do bodyboard...pausa de 3 minutos...

Já acabaram os insultos e as referências ao Tâmega e ao Stewart e ao Hubbard? Ok, obrigado. Agora deixem-me explicar:

O Brasil poderá rivalizar em número de praticantes, o Havai na qualidade dos mesmos e na qualidade das ondas (quem tem Pipe tem tudo), a Europa tem peso comercial, e que porra, algumas ondas de classe mundial. Mas depois ninguém, é que ninguém, reune estes factores como a Austrália e depois os embrulha como os "aussies".

Podes ter o melhor produto do mundo, mas se não o sabes vender, isso pode ser irrelevante. Mas que dizer quando um produto é bom e se tem a cultura mediática para o vender? VHS, DVD, podcast na internet, clips a torto e a direito, as formas variaram mas o caudal da australianização do bodyboard mundial só aumentou.

Peçam a qualquer bodyboarder abaixo dos 30 anos para nomear 10 riders de topo: na lista aparecem 6,7,8 australianos garantidamente.

Olhem para os logotipos das pranchas no vosso line up favorito: 80% serão australianos e outros apesar de havaianos (Science) ou europeus (Deeply, Pride, Sniper) são fabricados na Indonésia, na fábrica "aussie".

Ainda restam dúvidas? A sério?...

Então depois desta reflexão, ainda acerca da tal capacidade e cultura de vender o produto, eis o vídeo promocional de um australiano de CATORZE ANOS que procura patrocinador. Não falo da técnica, falo do clip, mesmo. Do embrulho. Bolas, falo de tudo.

Que dizer? KO técnico, "Aussie" win.

Boas ondas


Harry Sarin Bodyboarding from Jack Sarin on Vimeo.

Inspirações

O Cocas já colocou aqui, descaradamente, uns posts acerca dos seus ídolos, ou influências. Os gajos que cada vez que entramos na água tentamos, desastradamente, emular. Ele adora os voos absurdos do Hubbard, eu sou mais pelos tubos, o estilo e o "go for it" (em português é tomates, mesmo) deste senhor.

Talvez a melhor introdução que já vi a um filme de BB.

sábado, 17 de julho de 2010

Diz que sim...

Diz que sim, que os fatos da Agent 18 vêm, finalmente, melhores. Diz que sim, que se pode arriscar numa marca de fatos exclusivamente para bodyboarders. Diz que sim, mas será?... Eu adorava, a sério.

Mas se os fatos ainda me suscitam algumas dúvidas, pelo menos até os ter na mão, já acerca dos podcasts não tenho nada a dizer.

Movement TV PRESENTS: Agent Eighteen Chile from Movement TV on Vimeo.

Ao anónimo

(Há muito tempo que um anónimo não me tirava do sério.)

Meu caro, anónimo. O blog que tu visitas fez mais pelo desporto que muito boa gente. Animou a net, que em Portugal, estava morta e, já o tinha escrito aqui, tornou-se num dos melhores do Mundo sobre a modalidade. Falta de modéstia? Talvez. Mas o ritmo de visitas a que isto cresceu, dizem o contrário.

Eu, e até arrisco dizer isto pelo Mr Charles, gostei mesmo muito de o fazer. Não há revistas deste nível em Portugal e nós,os cinco, fizemos um grande blog. Não fui, nem o Mr Charles, mas cinco.

Porque eu segui para outra morada? O trabalho aqui está feito e os restantes membros do Palavras são facilmente capazes de manter o ritmo e qualidade da casa. Além disso, para a eventualidade de ainda não teres percebido, ganho a vida a escrever e, garanto-te, que quando escrevo sobre bodyboard só o faço por prazer. Onde, como e quando quero. Ora, como também acho que o Palavras cresceu demasiado para não ser tratado com todo o cuidado, preferi mudar de morada.

Eu, primeiro, o charles, depois, não vamos fazer mossa ao Palavras. Vamos só fazer companhia.


Bons Tubos

Drop

Como prometido, aqui começa uma nova aventura na blogosfera. Quando a internet arrancou (sim, sou assim tão velho) os termos imediatamente adoptados para definir o acto de passar de site para site foram "navegar" ou "surfar". E a internet tornou-se, apropriadamente, o meio ideal para uma comunidade de eternos jovens como são os Surfistas (aqueles em sentido lato e caixa alta) e para os bodyboarders em particular.

Somos, afinal, uma comunidade unida pelo amor ao mar e, mais especificamente, pela forma mais íntima e pouco "cool" dele usufruir. E a internet, com o seu vastíssimo espaço, permite a esta entusiasta minoria expressar-se e comunicar como mais nenhum suporte mediático.

Esta é a minha primeira onda, e para arrancar, nada como um dos meus vídeos favoritos. Protagonizado por alguns dos meus riders de eleição, este clip é uma colectânea com imagens clássicas (nada de HD, lamento) em que a estrela é, sem dúvida, o bodyboard.

Desfrutem. Eu sei que vou.

Welcome, Mr. Charles

Nos próximos dias, este blog terá um reforço de peso. Depois do Palavras de Sal, Mr Charles, a troco de 0,00 milhões de euros por 35% passe, juntar-se-à ao O Bom, o Mau e o Bodyboarder.

Welcome home, Sanitarium




Bons Tubos

sexta-feira, 16 de julho de 2010

Gourmet, by Refresh




Custa uns cem euros. O factor Gourmet encarece uma prancha de bodyboard, mas estou cada vez mais convencido que, neste caso, o crime compensa. Na água, não quero que nada falhe e se o talento e os treinos já não abundam, é bom que o material seja o melhor possível.

Custam mais que as Deeply e nem garantem ARS "pipoca", mas as tábuas Gourmet têm o dom de tornar o acto de surfar ainda mais memorável. Eu, confesso, já não me imagino a surfar sem uma prancha ... requintada. Agora, para estimular o ferido orgulho patriótico, a maior fábrica de pranchas Gourmet do Mundo está em Portugal. Durante o verão, estará na Refresh, um dos grandes projectos do bodyboard nacional, um dos melhores shapers do Mundo: Jarrod Gibon. Ali, para os lados dos Supertubos.

Se a Refresh já apresentava qualidade para se bater com as melhores marcas, agora tudo escalou um degrau. Eu, já era fã do duo Barrela/Gato e com isto fiquei ainda mais. Fácil é chorar a falta de apoios, lamentar o azar nos heats, imaginar perseguições ou enguiços. Difícil, é ir à luta e tentar mudar o cenário. E não é que também aqui o crime compensa?





Bons Tubos

quinta-feira, 15 de julho de 2010

Irmãos até na incompetência

... Felizmente não é só no Bodyboard que incompetentes à frente de campeonatos estragam o dia aos seguidores da modalidade. Ao primeiro dia de competição em J-Bay, o site da milionária Billabong ... foi abaixo. Temos pena?

... e entretanto. o GT limpou o Hubbard na final de um campeonato nos EUA.

USBA Sandy's 2010 from Boogie Nation on Vimeo.




Bons Tubos

quarta-feira, 14 de julho de 2010

Ondas

O tema é recorrente. Afinal, qual é a melhor onda do Mundo para Bodyboard?

É a obsessão, quase doentia, por ondas que nos une. Todos diferentes, mas todos iguais numa, se calhar a única comum a todos, paixão: ondas. Por baixo, por dentro, a acelerar à sua frente ou a sobrevoá-las, todos queremos uma coisa: esmifrá-las.

Posto isto, afinal, qual é a melhor onda do Mundo para Bodyboard? A suicida The Right? Shipsterns? El Frónton? Será que A onda de Bodyboard é parecida com a Cave?

Quando o assunto é do coração, as opiniões extremam-se e todos sabemos que a relação com as ondas pouco tem de racional. Mesmo assim, vou arriscar ser peremptório: não. Se me derem a escolher entre ver o Ryan Hardy a surfar na Indonésia, uma direita tão rápida como comprida, ou a tentar sobreviver a The Right, nem hesito. Venham os backflips de Player em Pipe, os 720º do Hubb e os Inverts do Rawlins. Venham os tubos do Tâmega e os bellys do tio Mike, venha o Lackey em DK. Testes de sobrevivência, posso ver no National Geographic.





Respeito a quem treina no limite da sobrevivência. Tenho mesmo muito respeito a quem arrisca o privilégio de respirar para conseguir a maior das ondas. Dropar monstros é um desporto à parte. Ali, o jogo não é para fazer bodyboard, mas sim para sobreviver. E eu quase invejo os que têm a coragem para o fazer.




A minha onda preferida PARA Bodyboard? Não consigo escolher.




Bons Tubos

segunda-feira, 12 de julho de 2010

Festim

É nestas alturas que me estou a borrifar para os veículos utilizados. Está por dias o começo da etapa do World Tour em J-Bay. Acreditando nas edições passadas e nos vinte anos de história, o que se aproxima é um festim de boas ondas e de surf de deixar todos de boca aberta.

Sem Parko, será que o KS volta a ganhar? E o Fanning, deixará o ET aumentar a liderança do ranking? E o Freak Jordy, que até joga em casa, não será menino para os limpar a todos? E o Saca, perde no primeiro ou no segundo heat? Venham eles que eu vou para o webcast - ou para o FUEL TV que, pasmem-se, vai emitir as provas em directo...




Bons Tubos

sexta-feira, 9 de julho de 2010

And the winner is ...

Dizem que receberam centenas de candidaturas (alguma portuguesa?) e que iriam escolher cinco finalistas. O vencedor ganharia um lugar na Turbo 5 Team.

Ao ver o filme, custa a acreditar que só tem 16 anos. Sam Strachan vem de Cronulla, recentemente venceu os trials para disputar o Shark Island Contest e, pelo menos, já serve de exemplo: se não tens patrocínios, trabalha!


Ladies and Gentleman, o puto ...




Bons Tubos

Tubo

Porque o método é o que menos interessa quando o objectivo é sacar um tubo único.




Bons Tubos

quinta-feira, 8 de julho de 2010

Duelo de Titãs

Imagem um cenário à moda da MTV. Apresentadora loira e decotada, sorridente e atrevida. Ao seu lado, um Hulk Hoogan da vida sempre pronto para soltar mais um agressivo grunhido. O nome: Duelo de titãs. Dois bodyboarders, num pico de forma e numa onda à sua medida. Off shore obrigatório, onda com excesso de peso, mas tamanho à escolha. Naturalmente, menos de metro e meio nem conta. Quem ganharia? Ryan Hardy em Cyclops ou Guilherme Tâmega em El Fronton? Venceria o estilo gentil do australiano ou a agressividade sul americana? O que vale mais: um backflip tipo 'pipoca' ou um tubo suicida? Sinceramente não consigo escolher. Tal como na BD, o desfecho depende muito de quem assina o guião. No seu perfeito juízo, nenhum agarrado às ondas consegue menosprezar qualquer um dos Titãs e mesmo apostar num vencedor seria sempre feito renitentemente. Reis e senhores do "10 imprevisto", Hardy Vs Tâmega, em ondas assim, seria um duelo pelo qual eu pagaria bem para ver.


RH


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GT




Bons Tubos

Air Amateur

Jeff Hubbard continua incapaz de manter um site actualizado ou de lançar um filme digno do seu estatuto no Mundo do Bodyboard. Para muitos, eu incluído, o melhor do Mundo, bi-campeão Mundial e dono de manobras que mais ninguém faz, há anos que promete um filme, mas o projecto está tão enguiçado como o nosso campeonato nacional Open.

Agora, o havaiano voador reconheceu que não há forma de lançar o filme e decidiu colocar online algumas imagens recolhidas em ... 2007. Por questões de direitos, teve de mudar a banda sonora e, por assumida falta de habilidade na edição, as filmagens mal estão trabalhadas.

O amadorismo do bi-campeão do Mundo é assustador e mesmo assim é o meu bodyboarder favorito. Porquê? Basta espreitar ...



Bons Tubos

A Canarinha

Conhecidos os cinco finalistas do concurso da Turbo, confirma-se a regra que a muitos irrita. Por cada havaiano, australiano ou sul africano há dois zukas a partir a loiça. Uns acusam-nos de não terem estilo - uma parvoíce como o segundo video aqui o prova - outros de serem marrequeiros - uma idiotice que os últimos tempos têm tornado motivo de anedota - e outros ... bem, não há nada de que os bodyboarders brasileiros não tenham já sido acusados.

Os rapazes da terra de Vera Cruz irritam americanos e australianos porque desde que GT despachou pela primeira vez o Mestre Mike (e já agora o Eppo) que ganharam o hábito de limpar campeonatos. Não tenho o número certo, mas será que não é do Brasil o recorde de títulos mundiais de Bodyboard? Sem guita, sem reconhecimento e, também muitas vezes, sem glória, o bodyboarder zuka é um bicho perigoso. Com mar grande ou pequeno, surfam com fome e poucos se podem gabar disso. Aqui vão mais dois exemplos.


Kallani Latanzi, 16 anos

Profile Kalani Lattanzi from Dexa Produtora on Vimeo.




Giulliano Lara, 34 anos

GIU TURBO from Portalque! on Vimeo.




Bons Tubos

quarta-feira, 7 de julho de 2010

Lucky Number 3

Era tão bom que fosse sempre assim, todos os dias, à distância de um click, um video de qualidade com um rider ainda melhor. O primeiro, do Havai. O segundo, da Austrália. Hoje, o lucky number 3, chega da África do Sul Michael Oster. No topo do currículo, tem a presença nos quartos-de-final da última visita do IBA Tour a Pipeline e na memória dos espectadores deixou um acidente. Lembra a Riptide, foi varrido por uma onda "vassoura" que não só o impediu de apanhar qualquer onda no heat, como o mandou para o Hospital com o ombro deslocado.

Foi bem feito. A julgar pelo filme, o rapaz é de Durban, cidade de onde eu recentemente regressei e onde, assumo sem qualquer vergonha, ia morrendo afogado. Está entre os cinco finalistas ao concurso da Turbo e espero, sinceramente, que tenha melhor sorte que eu tive quando andei à caça das célebres direitas da sua terra.




Bons Tubos

terça-feira, 6 de julho de 2010

Actos falhados

Dizem os manuais de psicologia que quando o inconsciente ordena as nossas respostas, se assiste a um Acto Falhado. Algo que não sabíamos ou que, simplesmente, não queríamos fazer. O impulso que nos leva a mergulhar de um penhasco, a dizer o nome de uma colega durante o sono ou um adjectivo pouco simpático quando se descreve o chefe. Mas será possível que os actos falhados que, salvo erro, Freud celebrizou nos podem fazer evoluir? Não sei o que dizem os mestres da mente humana, mas garanto que há actos falhados que fazem escola.

Há mais de vinte anos que Waimea Shorebreak engole bodyboarders e os surfistas que por lá passaram fizeram, imediatamente, história. No Bodyboard, recuar vinte anos leva-nos à pré-história. À era dos 360º com mão, dos off the lips, dos tubos intermináveis em Pipeline, mas também a era dos afanados que swell após swell se mandavam às esquerdas de Waimea. Quem surfa em Waimea tem uma certeza: não vai correr bem. Mesmo assim há 20 anos que não falta quem queira voltar a tentar. Acto Falhado?



Depois de assistir a centenas de refeições de Waimea, naturalmente no conforto do sofá, convenci-me que foi ali que nasceu um bicho de que eu nem sou particularmente fã: o aussie. Mestre da onda suicida, viciados em adrenalina e sem grande sentido de autopreservação, mais que nos tubos, nos aéreos ou nas manobras revolucionárias, o aussie elevou o risco do Bodyboard a limites que ainda estão por definir. Sem as velhas VHS dos "vizinhos malucos do mike", King não teria surfado Shipsterns, Hardy não teria domado The Right e o Rawlins, confesso, duvido que alguma vez tivesse nascido.

Não entres. Não remes. Não vás. Recua. Diz que não deu. Pára. Cada vez que um anónimo havaiano contrariava a consciência e o bom senso, o nosso desporto evoluía. A verdade é que esses wipeouts, que só podem ser considerados Actos Falhados, ajudaram a definir a imagem do nosso desporto.

Aos meninos que recusaram o, justificado, apoio psiquiátrico. Aqui fica o meu obrigado.




Bons Tubos

segunda-feira, 5 de julho de 2010

Pipe



Bons Tubos

Turbo

Foi hoje revelado o primeiro finalista do concurso da Turbo. O prémio, um lugar na equipa profissional da renascida marca que já conta com King, Botha e Romero no "onze inicial". Entre as centenas de candidaturas, não apareceu nenhum Brendon Newton, mas já foram encontrados os cinco finalistas.

Basta ver as pernas a abanar nos inverts para perceber de que escola vem Nathan Rubio, de 23 anos. O sport favorito é Off The Wall e nasceu na Big Island, Havai.

nate rubio from nathan rubio on Vimeo.




Bons Tubos

domingo, 4 de julho de 2010

Os homens da luta

O Joel Parkinsson a rasgar uma das direita de Jay Bay, ver o Hubbard a voar numa das esquerda de Pipeline, o Botha a tentar o impossível no El Fronton, o Fanning a fazer um dez nos Super ou o Pierre a sacar um backflip gigante? Há ondas onde o que menos interessa é o veículo utilizado.

Sempre achei absurda a guerra entre Surf e Bodyboard. Ainda assim, não é complicado encontrar a sua origem. Não é por falta de espaço ou de respeito entre os artistas. O dinheiro é mesmo a sua única motivação.

Na batalha pelo frame, o surf tem massacrado. Nos últimos vinte anos, a indústria disparou para dimensões assustadoras e pelo caminho atropelou o imberbe boogie. Na batalha pelos milhões, os tubos de Slater podem ter derrotado o Hexa de Tâmega. Mas a guerra está longe de acabar.

Hoje, e mesmo com o mundo financeiro a colapsar, o Bodyboard não continua a crescer. Pelo Mundo, a IBA parece estar a caminhar com tanta segurança como vontade de melhorar. E nas lojas até já são muitos os que só consomem emblemas dos "nossos". Agora, digo eu, a batalha pela imagem, pela foto que forra a parede das surfshops ou que serve de fundo às t-shirt, está a virar. O Bodyboard encontrou finalmente a imagem para vender e a concorrência começa a acusar o toque. Numa era em que só os extremos interessam, em que a rivalidade exige performances brilhantes, estamos pela primeira vez a ganhar. Na água, onde realmente interessa, o surf há muito que estagnou e as grandes revelações têm surgido do nosso lado. Desta vez, estou convencido que Rawlins, Hardys e Pierres podem mesmo derrotar os Jordys e os Reynolds desses line ups 'vips'.


The Rock

The Rock - www.youthtv.wordpress.com from youth tv on Vimeo.



Com alguma sorte, nesta altura ainda podemos vir a ter os media de que qualquer indústria precisa. RipTide e Movement até podem alimentar muita gente, mas há muito que se exigia uma verdadeira montra global. Será desta?

Le Boogie

le BOOGIE MAgazine issue 4 from Phil Gallagher on Vimeo.



Bons Tubos

sábado, 3 de julho de 2010

Hoje matei as saudades das ondas tugas. Obrigado Cova.

DAY IN DAZE OUT from FLAMES YATES on Vimeo.



Bons tubos

quinta-feira, 1 de julho de 2010

27 horas

Arranquei de Cape Town. Segui para Durban e Joanesburgo. Depois de doze horas passadas ao lado de um alemão com dois metros e um odor corporal pior que qualquer um que tenha enfrentado em África aterrei em Frankfurt. Por uma sandes e um café, paguei tanto como por uma refeição completa na África do Sul, mas agora já não há como evitar. Estou mesmo a chegar a casa.

Depois uma grande surfada em Durban, estou a poucas horas de aterrar na nossa terrinha e até sei que nos próximos dias vou às compras. Já tenho uma custom em casa - PE Cell, 41'5, com dois stringers - mas a presença do Jarrod Gibson na Refresh serve de desculpa para arranjar uma nova arma para o verão. Será PP, com o shape de um dos modelos que o JG melhor conhece e com embossos, tudo feito em Portugal e por um dos melhores shapers do Mundo.




Quando é que o avião chega?

Bons Tubos