Éramos os melhores do Mundo. Tínhamos as melhores ondas, os melhores riders e poucas eram as comunidades nacionais tão organizadas como nós. Agora, discute-se a saída dos poucos portugueses no Mundial da IBA e um dos argumentos é, para meu espanto, a falta de ondas.
Com alguma razão? Talvez.
Pipe, Box, Arica, Puerto, não são decididamente comparáveis às ondas do Barbas, mas vão mesmo tentar convencer-me que nos faltam ondas? Na costa mais ocidental da Europa e expostos às simpáticas ondulações atlânticas, nós não temos ondas. É certo que não teremos a regularidade de swell de australianos e havaianos, mas em dias bons Carcavelos e os Supertubos não podem ser belos ginásios para Pipe ou Puerto? E o Reef ou a Pedra Branca não servem de warm up para os picos de pedra? Então e a Peralta, também não serve? E a Praia do Norte? E as "meninas" dos Açores?
A mim, longe de ser um expert em ondas da Liga das ondas GSS, parece-me que temos de tudo: areia, pedra, pequenas, médias e anormalmente grandes. Temos ondas rápidas, regulares ou imprevisíveis.
Além de uma das etapas do Mundial e de estarmos mais próximos de El Frontón que qualquer australiano ou brasileiro, à disposição ainda temos ondas tão diferentes como as da Cova do Vapor e a Cave. Vão mesmo tentar convencer-me que temos falta de ondas?
O luxo até pode ser efémero, mas nesta altura já não há quem duvide do salto evolutivo que o bodyboard deu e basta olhar para a folha dos heats dos 16avos em Puerto para ver que agora só joga a verdadeira elite. E não há quem jogue a brincar. Diria que é na sabedoria popular que se encontra a resposta: "Quem pode, pode. Quem não pode, arreia."
Nota: Ao que sei, o Pierre Louis Costes está a viver no Barreiro. Enlouqueceu? Desistiu de ser campeão do Mundo? Estará a surfar pior por isso? Não me parece nada, e a verdade é que o wonderkid francês continua entre as bestas sagradas.
Bons Tubos
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