Tem 40 anos. E relativamente a pontos fracos estamos conversados.
Tem seis títulos mundiais, seis vice e nas três últimas temporadas, em duas esteve até ao fim na corrida pelo título. Na água, não há quem não o respeite e muitos até o idolatram. Da praia, entre os treinadores de bancada, todos o reconhecem. Tem surf de 'autor'.
Mas é brasileiro. Se quando o assunto é bola não há como um 'dinho' para animar as bancadas, no mar o efeito é o oposto. Backwash? Em pé ou deitado, surfista brasileiro tem de provar duas vezes antes de ser aceite. Foi assim com o Medina - que teve de lhes começar a aterrar 360º aéreos no colo para ganhar respeito - tal como o é com o Eder Luciano ou o Magno Oliveira. E é estranho. Tal como quando o assunto é bolinha na relva, também nas ondas os números são avassaladores. Nos últimos vinte anos, o Brasil limpou oito títulos mundiais. O dobro do conseguido pelos australianos. (Nota: nos últimos vinte anos no Surf, foram 17 para os EUA e 3 para a Austrália.)
E a agora o dilema. Será que alguém, desses empresários internacionais que o nosso desporto ainda vai tendo, já se apercebeu que na última década o Brasil se transformou numa das economias mais fortes do Mundo? Um preconceito, por mais ligeiro que seja o tema, é sempre estúpido. Este, parece-me mesmo um mau negócio. E onde estão os brasileiros? No mundo real, compram campeonatos do Mundo e Olímpicos, petrolíferas e empresas de telecomunicações e no bodyboard não aparece UM carimbo a sério? E o próprio? O tio Mike fez a sua Science e o menino Rawlins está a instalar a Found, mas a Wave Rebel há muito que desapareceu.
É curioso o caso de Guilherme Tâmega.
Palpite para 2013: se lhe pagarem o avião, contem só com quatro lugares livres no top-5.
Bons tubos.
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