Duas ondas de que não me esqueço - uma pelo Go For It demonstrado, a outra pelo susto que me causou.
Mark McCarthy, Fronton, 2012.
Mccarthy Fronton 2012 from Wonderland Prod on Vimeo.
Bons Tubos
terça-feira, 25 de dezembro de 2012
sábado, 22 de dezembro de 2012
Catarina e Centeno
E hoje em Carcavelos, com um mar bem divertido, sagraram-se campeões nacionais Catarina Sousa e Manuel Centeno.
Bons Tubos
quarta-feira, 19 de dezembro de 2012
O curioso caso de Guilherme Tamega.
Tem 40 anos. E relativamente a pontos fracos estamos conversados.
Tem seis títulos mundiais, seis vice e nas três últimas temporadas, em duas esteve até ao fim na corrida pelo título. Na água, não há quem não o respeite e muitos até o idolatram. Da praia, entre os treinadores de bancada, todos o reconhecem. Tem surf de 'autor'.
Mas é brasileiro. Se quando o assunto é bola não há como um 'dinho' para animar as bancadas, no mar o efeito é o oposto. Backwash? Em pé ou deitado, surfista brasileiro tem de provar duas vezes antes de ser aceite. Foi assim com o Medina - que teve de lhes começar a aterrar 360º aéreos no colo para ganhar respeito - tal como o é com o Eder Luciano ou o Magno Oliveira. E é estranho. Tal como quando o assunto é bolinha na relva, também nas ondas os números são avassaladores. Nos últimos vinte anos, o Brasil limpou oito títulos mundiais. O dobro do conseguido pelos australianos. (Nota: nos últimos vinte anos no Surf, foram 17 para os EUA e 3 para a Austrália.)
E a agora o dilema. Será que alguém, desses empresários internacionais que o nosso desporto ainda vai tendo, já se apercebeu que na última década o Brasil se transformou numa das economias mais fortes do Mundo? Um preconceito, por mais ligeiro que seja o tema, é sempre estúpido. Este, parece-me mesmo um mau negócio. E onde estão os brasileiros? No mundo real, compram campeonatos do Mundo e Olímpicos, petrolíferas e empresas de telecomunicações e no bodyboard não aparece UM carimbo a sério? E o próprio? O tio Mike fez a sua Science e o menino Rawlins está a instalar a Found, mas a Wave Rebel há muito que desapareceu.
É curioso o caso de Guilherme Tâmega.
Palpite para 2013: se lhe pagarem o avião, contem só com quatro lugares livres no top-5.
Bons tubos.
Tem seis títulos mundiais, seis vice e nas três últimas temporadas, em duas esteve até ao fim na corrida pelo título. Na água, não há quem não o respeite e muitos até o idolatram. Da praia, entre os treinadores de bancada, todos o reconhecem. Tem surf de 'autor'.
Mas é brasileiro. Se quando o assunto é bola não há como um 'dinho' para animar as bancadas, no mar o efeito é o oposto. Backwash? Em pé ou deitado, surfista brasileiro tem de provar duas vezes antes de ser aceite. Foi assim com o Medina - que teve de lhes começar a aterrar 360º aéreos no colo para ganhar respeito - tal como o é com o Eder Luciano ou o Magno Oliveira. E é estranho. Tal como quando o assunto é bolinha na relva, também nas ondas os números são avassaladores. Nos últimos vinte anos, o Brasil limpou oito títulos mundiais. O dobro do conseguido pelos australianos. (Nota: nos últimos vinte anos no Surf, foram 17 para os EUA e 3 para a Austrália.)
E a agora o dilema. Será que alguém, desses empresários internacionais que o nosso desporto ainda vai tendo, já se apercebeu que na última década o Brasil se transformou numa das economias mais fortes do Mundo? Um preconceito, por mais ligeiro que seja o tema, é sempre estúpido. Este, parece-me mesmo um mau negócio. E onde estão os brasileiros? No mundo real, compram campeonatos do Mundo e Olímpicos, petrolíferas e empresas de telecomunicações e no bodyboard não aparece UM carimbo a sério? E o próprio? O tio Mike fez a sua Science e o menino Rawlins está a instalar a Found, mas a Wave Rebel há muito que desapareceu.
É curioso o caso de Guilherme Tâmega.
Palpite para 2013: se lhe pagarem o avião, contem só com quatro lugares livres no top-5.
Bons tubos.
terça-feira, 18 de dezembro de 2012
Então e o Pierre?
Dias antes do arranque do campeonato, deixaram-me uma provocação no mural do facebook - uma foto do Pierre Louis Costes a meio de um backflip e um aviso: Cuidado que este pode baralhar as contas. O provocador, fã sem critério de qualquer bodyboarder nascido no "calhau", cansado de saber que eu há anos reclamo o terceiro título Mundial para o Hubbard, sabia como me assustar.
Respondi. "É verdade. Basta que apanhe o Winchester e o mande para casa com um backflip". Ainda apareceu quem perguntasse se matematicamente o Pierre podia chegar ao Santo Graal e foi esse meu amigo, o provocador, quem sentenciou a prova no Fronton: "Basta que apanhe um dos candidatos e... baralhanço". Teve azar o meu amigo e foi ao Winchester quem calhou o PLC em sorte.
Mea culpa. Comecei o ano a resmungar com o PLC. Convenci-me que se tinha deixado apanhar pela maldição dos campeões do Mundo que ganham e depois ... zero. Mas o Pierre, fez-me engolir a resmungice. Não só acabou a época muito longe do zero, como o fez da mesma forma como no ano em que assegurou o estatuto de campeão do Mundo - a decidir o título mundial. Mas estou convencido que o Pierre acaba 2012 melhor do que acabou 2013.
Quem estava na areia no Special Edition de 2007 saberá do que falo. Naquele dia, vimos um miúdo de 17 anos surfar onde, dizia a organização, nunca ninguém tinha surfado. Surfou entre graúdos e surfou mais que todos os outros. Não ganhou, mas todos percebemos que ali estava uma raça diferente e eu convenci-me que tinha visto surfar um futuro campeão do Mundo. Dessa vez não me enganei e no ano passado a profecia cumpriu-se. O que se viu este ano no Fronton foi diferente. Reparem nas ondas em que se lançou, na limpeza dos air reverse e, sobretudo, no 360 com que entra para o tubo em plena final. Aquilo, meus amigos, é de quem se está a preparar para voltar a mudar de galáxia e o melhor é que Hubbard's, Winchester's e demais candidatos às vitórias se mentalizem. Para o ano, o meu palpite fica feito - no Fronton de 2014, será do Pierre o maior dos canecos.
Sofri. Desliguei o webcast. Chamei nomes ao "provocador" e à respectiva mãe. Tive vontade de chamar nomes ao urso do havaiano que se deixou morrer às mãos de um tresloucado sul-africano que teve o que merecia pelo susto que me pregou - foi de cabeça ao calhau. Fosse católico ou dado a outras rezas e tinha rogado pragas ao Winchester. Fosse júri e teria pedido dispensa moral do campeonato. O Hubbard só merecia notas dez enquanto todos os outros se deviam ficar pela nota que eu receberia naqueles heats - molhar os pés de pato vale pontos?
É o melhor bodyboarder do Mundo, o que manobra mais alto, mais rápido e com mais força. O único a quem eu via a idade e o reduzido número de títulos como obstáculos ao estatuto há muito merecido. Se Mike Stewart nos inventou a todos e se o Guilherme Tâmega é o melhor bodyboader da história, o Hubbard é, seguramente, o melhor atleta que este desporto alguma vez viu. André Botha, Damian King e o Ben Player todos conseguiram dois títulos, mas este ano, finalmente, o Hubbard deixou-os. Oficializou a sua entrada na Santíssima Trindade e eu celebrei como se o Benfica tivesse acabado de ganhar a Champions.
Para o ano, cá estarei a torcer pelo tetra, mas sei que o Assassino Voador é dado ao relaxamento. Para o ano, estarei dividido. Se dois títulos mundiais eram pouco para o Hubbard, depois do que vi no Fronton apenas um no currículo do Pierre começa a tornar-se ofensivo.
Bons Tubos
Respondi. "É verdade. Basta que apanhe o Winchester e o mande para casa com um backflip". Ainda apareceu quem perguntasse se matematicamente o Pierre podia chegar ao Santo Graal e foi esse meu amigo, o provocador, quem sentenciou a prova no Fronton: "Basta que apanhe um dos candidatos e... baralhanço". Teve azar o meu amigo e foi ao Winchester quem calhou o PLC em sorte.
Mea culpa. Comecei o ano a resmungar com o PLC. Convenci-me que se tinha deixado apanhar pela maldição dos campeões do Mundo que ganham e depois ... zero. Mas o Pierre, fez-me engolir a resmungice. Não só acabou a época muito longe do zero, como o fez da mesma forma como no ano em que assegurou o estatuto de campeão do Mundo - a decidir o título mundial. Mas estou convencido que o Pierre acaba 2012 melhor do que acabou 2013.
Quem estava na areia no Special Edition de 2007 saberá do que falo. Naquele dia, vimos um miúdo de 17 anos surfar onde, dizia a organização, nunca ninguém tinha surfado. Surfou entre graúdos e surfou mais que todos os outros. Não ganhou, mas todos percebemos que ali estava uma raça diferente e eu convenci-me que tinha visto surfar um futuro campeão do Mundo. Dessa vez não me enganei e no ano passado a profecia cumpriu-se. O que se viu este ano no Fronton foi diferente. Reparem nas ondas em que se lançou, na limpeza dos air reverse e, sobretudo, no 360 com que entra para o tubo em plena final. Aquilo, meus amigos, é de quem se está a preparar para voltar a mudar de galáxia e o melhor é que Hubbard's, Winchester's e demais candidatos às vitórias se mentalizem. Para o ano, o meu palpite fica feito - no Fronton de 2014, será do Pierre o maior dos canecos.
Sofri. Desliguei o webcast. Chamei nomes ao "provocador" e à respectiva mãe. Tive vontade de chamar nomes ao urso do havaiano que se deixou morrer às mãos de um tresloucado sul-africano que teve o que merecia pelo susto que me pregou - foi de cabeça ao calhau. Fosse católico ou dado a outras rezas e tinha rogado pragas ao Winchester. Fosse júri e teria pedido dispensa moral do campeonato. O Hubbard só merecia notas dez enquanto todos os outros se deviam ficar pela nota que eu receberia naqueles heats - molhar os pés de pato vale pontos?
É o melhor bodyboarder do Mundo, o que manobra mais alto, mais rápido e com mais força. O único a quem eu via a idade e o reduzido número de títulos como obstáculos ao estatuto há muito merecido. Se Mike Stewart nos inventou a todos e se o Guilherme Tâmega é o melhor bodyboader da história, o Hubbard é, seguramente, o melhor atleta que este desporto alguma vez viu. André Botha, Damian King e o Ben Player todos conseguiram dois títulos, mas este ano, finalmente, o Hubbard deixou-os. Oficializou a sua entrada na Santíssima Trindade e eu celebrei como se o Benfica tivesse acabado de ganhar a Champions.
Para o ano, cá estarei a torcer pelo tetra, mas sei que o Assassino Voador é dado ao relaxamento. Para o ano, estarei dividido. Se dois títulos mundiais eram pouco para o Hubbard, depois do que vi no Fronton apenas um no currículo do Pierre começa a tornar-se ofensivo.
Bons Tubos
quinta-feira, 13 de dezembro de 2012
Tri
Será que os australianos andam a gamar pranchas no Fronton? Depois de terem desaparecido as pranchas do futuro tri-campeão do Mundo, agora foram as do seu fiel escudeiro que sumiram - Jacob Romero vai ter de surfar com tábuas alheias.
Sabendo nós que o futuro tri-campeão do Mundo de Bodyboard precisa de vencer nas Canárias, sempre me pareceu complicada a ideia da etapa se chamar NMD/VS. Depois achei coincidência só agora terem aparecido anúncios à mesma marca na homepage da Iba. Tudo bem, todos queremos investimento no desporto e se a gigante NMD decidiu finalmente €ntrar, óptimo. Nada contra, mas o timming é, pelo menos para um fã do Hubbard, péssimo. Agora, sem esperar pelo fim da temporada, é a australiana Riptide quem oferece o título de Bodyboarder do ano a David Winchester. Pressão, sugestão ou coincidência? Título merecido?
Amanhã, quando for dada a ordem para os heats começarem, o australiano que mais gosto de ver surfar terá de estar a 150%, faca nos dentes, NMD bem afinada e com todo o surf engatilhado. Amanhã, Winchester terá de surfar como nunca surfou. Do outro lado, estará o bodyboarder mais regular dos últimos dez anos, senhor do estilo mais inconfundível do lote e, digo eu, o melhor do mundo. Daqui a umas horas, o futuro tri-campeão do Mundo vai reclamar o que há um ano viu fugir.
Bons Tubos
Sabendo nós que o futuro tri-campeão do Mundo de Bodyboard precisa de vencer nas Canárias, sempre me pareceu complicada a ideia da etapa se chamar NMD/VS. Depois achei coincidência só agora terem aparecido anúncios à mesma marca na homepage da Iba. Tudo bem, todos queremos investimento no desporto e se a gigante NMD decidiu finalmente €ntrar, óptimo. Nada contra, mas o timming é, pelo menos para um fã do Hubbard, péssimo. Agora, sem esperar pelo fim da temporada, é a australiana Riptide quem oferece o título de Bodyboarder do ano a David Winchester. Pressão, sugestão ou coincidência? Título merecido?
Amanhã, quando for dada a ordem para os heats começarem, o australiano que mais gosto de ver surfar terá de estar a 150%, faca nos dentes, NMD bem afinada e com todo o surf engatilhado. Amanhã, Winchester terá de surfar como nunca surfou. Do outro lado, estará o bodyboarder mais regular dos últimos dez anos, senhor do estilo mais inconfundível do lote e, digo eu, o melhor do mundo. Daqui a umas horas, o futuro tri-campeão do Mundo vai reclamar o que há um ano viu fugir.
Bons Tubos
terça-feira, 11 de dezembro de 2012
Estimada Federação Portuguesa de Surf
Estimada Federação Portuguesa de Surf eu sei que os tempos estão duros, que não há dinheiro a sobrar, que é complicado manter velhos hábitos e, pior ainda, que mesmo os velhos vícios parecem cada vez mais incomportáveis.
Estimada Federação Portuguesa de Surf, eu sei que em Portugal não temos o hábito de exigir responsabilidades a quem as tem e que num país em que o Miguel Relvas consegue ser ministro tudo se aceita. Mas estimada Federação Portuguesa, também tenho visto que o Mundo tem vindo a mudar e que nós, portugueses, até estamos, vagarosamente, a fazer o nosso caminho. No que às ondas respeita, por favor vê isto com um contributo para o teu crescimento.
Estimada Federação Portuguesa de Surf, tenho dois ou três desabafos para fazer. Nunca disputei um heat, alguma vez paguei quotas ou me emocionei com vitórias de kikas, becas e derivados em provas de quarta divisão da ASP disputadas entre a Ericeira e as, sempre in, praias da linha em condições épicas com onshore e ondas de 20 centímetros. Serei anti-patriótico ou apenas um bodyboarder com anos suficientes de ondas para já (quase) não me enervar com o tratamento miserável que há anos tu, minha estimada Federação Portuguesa de Surf, reservas ao desporto a que já dediquei tantos milhares de horas.
Estimada Federação Portuguesa de Surf, eu sei que a malta do Bodyboard te causa arrepios. Tem sido chato nos últimos anos disfarçar que os nossos resultados em equipa são conquistados com ARS e não com snaps, é chato ver que em vez de kikas e becas cheios de autocolantes são os malucos sem tostões quem sem manda em praias para onde temos de importar havaianos se queremos ver alguém em pé. Também sei, estimada Federação Portuguesa de Surf, que o Mundial de Bodyboard em Sintra foi, durante quase vinte anos, o teu único evento com relevo internacional. Agora, estimada Federação Portuguesa de Surf, nem esse foste capaz de segurar, fazer evoluir ou sequer encontrar alternativas. Há falta de ondas em Portugal? Não te preocupes, estimada Federação Portuguesa de Surf, a malta do Bodyboard aguenta, agenda campeonatos para a Nazaré, para os Super ou para a Cave que eles mandam-se. Imagina tu, estimada Federação Portuguesa de Surf, que até já houve quem se mandasse a braços para a Peralta quando tu e os teus se divertiam com filmagens, de helicóptero, de motas de água a rebocar kikas e becas. Mas deixa estar...
Estimada Federação Portuguesa de Surf, aceito que o teu desporto predilecto seja o das quilhas, aquele que por estes dias anda entre vudus e rezinhas para que um e outro desapareçam do line up de Pipeline e que o vosso único atleta de registo aguente mais um ano na linha onde rema quem nunca passa da primeira ronda a eliminar. Agora qual é o teu segundo desporto? Skimming? Longboard? Ou será aquela nova mota dos remos em barcos de fibra? Arrisco a heresia: é o Bodyboard. E quem perde o único evento de relevo internacional onde tens voto na matéria - no WCT em Peniche nem nos Wildcards terás voto na matéria ... e nós por aqui sabemos o que no Mundo das ondas se liga aos QS na Ericeira ... -, mesmo que da sua segunda modalidade, só pode ser uma de duas coisas: incompetente ou preconceituoso.
Não te parece, minha estimada Federação Portuguesa de Surf, que alguém devia explicar o que aconteceu? É que estou convencido que com boa vontade e, imagina a loucura, profissionalismo Portugal tem mercado, ondas e atletas para ter um dos melhores Grand Slams de Bodyboard do Mundo. Na volta, bastava deixar velhos vícios. limpar a parasitagem que há anos ronda Sintra e pensar com alguma dedicação num desporto que eu, como milhares de outros, amamos. Por favor, estimada Federação Portuguesa de Surf, vai ao Youtube e em vez de procurares bottom turns em Ribeira d'Ilhas escreve assim: Special Edition 2007. Vais ver que te surpreendes. Depois, podes pegar nos preconceitos com que tu, os kikas, os becas e toda a entourage de um desporto que se transformou num circo de autocolantes gostam de se referir ao Bodyboard e mete-os onde o Mcnamara conseguiu o recorde do Mundo. Se não encontrares nenhum surfista capaz de lá ir, diz-me que eu conheço meia dúzia de bodyboarders que chegam lá a braço.
Estimada Federação Portuguesa de Surf, desculpa o tom, mas peço-te que cresças. Isto por aqui está duro o suficiente sem que, também nas ondas, a manifesta incompetência de quem lidera atrapalhe quem só procura o seu lugar no pico.
E para vocês, boogies desta vida que por aqui passam, deixo a última bela nova de um desporto que insiste em sobreviver.
Bons tubos
Disclaimer: Não conheço nenhum surfista chamado kikas ou becas.
Estimada Federação Portuguesa de Surf, eu sei que em Portugal não temos o hábito de exigir responsabilidades a quem as tem e que num país em que o Miguel Relvas consegue ser ministro tudo se aceita. Mas estimada Federação Portuguesa, também tenho visto que o Mundo tem vindo a mudar e que nós, portugueses, até estamos, vagarosamente, a fazer o nosso caminho. No que às ondas respeita, por favor vê isto com um contributo para o teu crescimento.
Estimada Federação Portuguesa de Surf, tenho dois ou três desabafos para fazer. Nunca disputei um heat, alguma vez paguei quotas ou me emocionei com vitórias de kikas, becas e derivados em provas de quarta divisão da ASP disputadas entre a Ericeira e as, sempre in, praias da linha em condições épicas com onshore e ondas de 20 centímetros. Serei anti-patriótico ou apenas um bodyboarder com anos suficientes de ondas para já (quase) não me enervar com o tratamento miserável que há anos tu, minha estimada Federação Portuguesa de Surf, reservas ao desporto a que já dediquei tantos milhares de horas.
Estimada Federação Portuguesa de Surf, eu sei que a malta do Bodyboard te causa arrepios. Tem sido chato nos últimos anos disfarçar que os nossos resultados em equipa são conquistados com ARS e não com snaps, é chato ver que em vez de kikas e becas cheios de autocolantes são os malucos sem tostões quem sem manda em praias para onde temos de importar havaianos se queremos ver alguém em pé. Também sei, estimada Federação Portuguesa de Surf, que o Mundial de Bodyboard em Sintra foi, durante quase vinte anos, o teu único evento com relevo internacional. Agora, estimada Federação Portuguesa de Surf, nem esse foste capaz de segurar, fazer evoluir ou sequer encontrar alternativas. Há falta de ondas em Portugal? Não te preocupes, estimada Federação Portuguesa de Surf, a malta do Bodyboard aguenta, agenda campeonatos para a Nazaré, para os Super ou para a Cave que eles mandam-se. Imagina tu, estimada Federação Portuguesa de Surf, que até já houve quem se mandasse a braços para a Peralta quando tu e os teus se divertiam com filmagens, de helicóptero, de motas de água a rebocar kikas e becas. Mas deixa estar...
Estimada Federação Portuguesa de Surf, aceito que o teu desporto predilecto seja o das quilhas, aquele que por estes dias anda entre vudus e rezinhas para que um e outro desapareçam do line up de Pipeline e que o vosso único atleta de registo aguente mais um ano na linha onde rema quem nunca passa da primeira ronda a eliminar. Agora qual é o teu segundo desporto? Skimming? Longboard? Ou será aquela nova mota dos remos em barcos de fibra? Arrisco a heresia: é o Bodyboard. E quem perde o único evento de relevo internacional onde tens voto na matéria - no WCT em Peniche nem nos Wildcards terás voto na matéria ... e nós por aqui sabemos o que no Mundo das ondas se liga aos QS na Ericeira ... -, mesmo que da sua segunda modalidade, só pode ser uma de duas coisas: incompetente ou preconceituoso.
Não te parece, minha estimada Federação Portuguesa de Surf, que alguém devia explicar o que aconteceu? É que estou convencido que com boa vontade e, imagina a loucura, profissionalismo Portugal tem mercado, ondas e atletas para ter um dos melhores Grand Slams de Bodyboard do Mundo. Na volta, bastava deixar velhos vícios. limpar a parasitagem que há anos ronda Sintra e pensar com alguma dedicação num desporto que eu, como milhares de outros, amamos. Por favor, estimada Federação Portuguesa de Surf, vai ao Youtube e em vez de procurares bottom turns em Ribeira d'Ilhas escreve assim: Special Edition 2007. Vais ver que te surpreendes. Depois, podes pegar nos preconceitos com que tu, os kikas, os becas e toda a entourage de um desporto que se transformou num circo de autocolantes gostam de se referir ao Bodyboard e mete-os onde o Mcnamara conseguiu o recorde do Mundo. Se não encontrares nenhum surfista capaz de lá ir, diz-me que eu conheço meia dúzia de bodyboarders que chegam lá a braço.
Estimada Federação Portuguesa de Surf, desculpa o tom, mas peço-te que cresças. Isto por aqui está duro o suficiente sem que, também nas ondas, a manifesta incompetência de quem lidera atrapalhe quem só procura o seu lugar no pico.
E para vocês, boogies desta vida que por aqui passam, deixo a última bela nova de um desporto que insiste em sobreviver.
FAMILIA PODCASTS EP.05 - Cabedelo Muito Devagarinho from Timelapse-Media on Vimeo.
Bons tubos
Disclaimer: Não conheço nenhum surfista chamado kikas ou becas.
segunda-feira, 10 de dezembro de 2012
Sintra fora do Mundial em 2013
Apareceu no site da IBA, bem enfeitado com um grande anúncio à NMD, o calendário provisório do Mundial para 2013 e a bomba está lá - Sintra está fora do Mundial. Não é esquecimento, erro ou falha de prazos, a paragem por cá continua a constar, mas apenas como QS.
Inevitável? Injusto? A crise? Prenúncio para boas novas? Talvez, um pouco das quatro.
Bons Tubos
Inevitável? Injusto? A crise? Prenúncio para boas novas? Talvez, um pouco das quatro.
Bons Tubos
domingo, 9 de dezembro de 2012
António Cardoso em jogo.
Os trials ...
O primeiro dia a doer ...
... e o António Cardoso continua em jogo.
Bons Tubos
sábado, 8 de dezembro de 2012
Começou
...no Fronton arrancou a última e decisiva etapa do Mundial.
...no Fronton também se soube que o Terry McKenna, General Manager, se demitiu.
Agora, mais que nunca, 2013 tornou-se numa enorme incógnita.
Bons Tubos
terça-feira, 4 de dezembro de 2012
Finish him
A espera começa a tornar-se desesperante. É pedir muito querer um campeonato sem inspirações dos juízes e com uma final Winny Vs Hubbard com o Frontón tão perfeito como grande? Já agora, no final, ganha o havaiano com um air reverse a acabar na pedra que o Tâmega baptizou.
Bons tubos
domingo, 2 de dezembro de 2012
tic tac, tic tac
É ver e fazer a aposta. A minha está feita há meses ...
Hubbard
Winchester
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