terça-feira, 21 de setembro de 2010

Sagres Style

Nunca mais me esqueci de uma interessante discussão sobre estilo a que assisti e em que participei quando tinha assento no Palavras de Sal. Na altura, coloquei um clip do Francisco Pinheiro. Como nem o conhecia pessoalmente, fi-lo perfeitamente à vontade. Menos à vontade participei na discussão que depois se gerou sobre o estilo do rider de Sagres que, diziam na altura os habituais evangelistas, era "horrível".

E digo que participei pouco à vontade porque acho que percebo pouco de bodyboard. Curiosamente, alguns dos melhores riders mundiais com quem tenho falado têm discursos semelhantes. O que no meu caso é uma constatação às vezes dolorosamente óbvia, no caso deles é, além de constatação, humildade refrescante bem-vinda.

Mas voltemos ao Francisco Pinheiro e ao "estilo". Para muita gente, "estilo" passa por cruzar as pernas nos 360s. Para mim, embora seja um assumido adepto de riders como Mike Stewart, Damian King, Ryan Hardy, PLC, Ben Player, Dave Winchester, Rawlins e outros cultores daquilo que hoje em dia é conhecido como o arquétipo do "bom" estilo, tenho ainda outra leitura.

O bodyboard pode ser encarado como um desporto mas passa também por uma forma e expressão corporal, arte. Um rider pode transmitir uma atitude, uma energia, uma forma própria de abordar a onda e se exprimir nela. É por isso que há um estilo australiano e um brasileiro. Mas é por isso também que certos atletas têm estilos próprios. Acho bonito que se consiga identificar um rider pela forma como surfa, ou seja, que haja uma marca pessoal um cunho individual. E acho que o Francisco PInheiro é isso mesmo. Ao tropeçar num vídeo do homem de Sagres alguma coisa transparece ali. Há energia, há "radicalidade", há..vá lá "rock n' roll" e porra, se eu adoro bodyboard, também não passo sem umas guitarras.

Enjoy este solo

6 comentários:

  1. É conhecido o teu problema com a geografia do Bodyboard, mas agora até foste sensato ... estou chocado.
    Dizendo isto de forma simples: nem sou fã do estilo do Francisco Pinheiro mas, como tu o dizes aqui, isso não invalida que ele surfe nas horas e que eu o ache um dos melhores bodyboarders nacionais. Além disso, fiquei fã do homem, quando no Palavras alguém mandou umas piadas à namorada e o gajo respondeu qualquer coisa como "obrigadinho mas n estou a pensar trocar".

    Cocas

    P.S: Pagava bem para ter os problemas de 'estilo' dele.

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  2. Carlos "OmegA" Pereira22 de setembro de 2010 às 09:01

    Atitude é o que se vê em cada onda, cada manobra... isso para mim é o Bodyboard!
    agora se vai de pes de pato da mm cor, se vai com o cotovelo no sitio,etc...

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  3. O quê? Concordas comigo Cocas?? Eu é que estou chocado!

    E Carlos, disseste tudo.

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  4. Eu gosto de diferentes estilos porra!! Quem me dera que houvesse mais! Gostos dos australiano sim senhor, mas vejo neste senhor uma aproximação diferente e por vezes mais agressiva....grande bodyboarder!!!
    Ass:none

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  5. Anónimo, obrigado por essa comovente tradução de português para "porrês". Gostei muito.

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  6. Ah, devias ver o vídeo da interpretação do texto do MEC. Apropriada, porra!

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