Ao contrário de outros por onde já andei, este blog não tem restrições aos comentários. Ao contrário de outros por onde já andei, neste blog os comentários serão sempre livres. Vejo a caixa de comentários como um sítio de discussão, livre e uma forma de alimentar o movimento do blog. São opções, uma mais arriscada, outra menos comentada. Deixo um apelo. Não usem a caixa de comentários como caixote de lixo ou como saco de boxe para as mais variadas frustrações, de resto, usem-na para o que vos apetecer. Agradeço que discordem do que por aqui escrevo, que corrijam e que se tornem regulares neste blog. Não escrevo nada que se aproveite? Não percebo nada de Bodyboard? É simples, não voltem. Dispenso que a caixa de comentários se torne numa caixote de lixo.
Deixo-vos com um dos mais promissores "wonder kids" portugueses.
Há uns mais campeões que outros? O número de taças em casa, as sequências e as exibições históricas fazem as Lendas, mas e Campeões? A vitória num Mundial de Surf vale mais que a conquista de um Mundial Feminino de Bodyboard?
De um lado, os milhões. Com eles os atletas de topo multiplicam-se e a concorrência nos heats torna-se bem mais exigente. É inevitável. Se ao fundo do arco-iris o pote estiver recheado, são mais os que entram na corrida e uns encontrões tornam-ese inevitáveis. No surf, assim como em todos os desportos bem pagos, o nível na água está altíssimo. A maioria das etapas são um festim para quem gosta de ver ondas serem bem tratadas e nunca faltam novidades no timming certo. Luxo.
Não acompanhei o mundial de feminino de bodyboard e raras foram as imagens que encontrei. Na água, a concorrência em é números controlados, mas garra não falta. Pequeno ou grande, nunca ouvi que uma etapa do mundial feminino fosse cancelada antes da masculina e já tive a sorte de ver algumas das senhoras surfar ao vivo. A concorrência é, garanto, pesada.
Ora e quem corre entre concorrência pesada e com o pote, no mínimo, minimalista no fim é menos campeã que as versões on speed? Not in my book.
Nos Açores, Eunate Aguirre agarrou o caneco que já tinha sotaque brasileiro e garantiu uma cadeira da mesa das campeãs do Mundo. Uma classe à parte.
Basta olhar para esta foto para perceber que não há ondas de classe mundial em Portugal. Nem sei como o Faustino conseguiu sacar um dez (além de um nove) numa onda tão merdosa.
Calhou-me em sorte estar por Londres durante a etapa em Puerto Rico e só umas mensagens amigas me iam informando do score. E ao final do dia, num iPad alheio, lá se procuravam as novidades. Na verdadeira Capital do Mundo, encontrei uma Riptide** e acompanhei a carnificina do PLC. "O puto é o maior", dizia uma das sms.
A julgar pelos resumos, o Pierre decidiu regressar ao jogo. Numa etapa em que os manos Hubbard apareceram na máxima força e em que o Rawlins voltou a brilhar, a máquina francesa decidiu oferecer um Duelo de final de época. Venha El Frónton.
Faz hoje um ano que desapareceu um dos gajos que eu mais gostava de ver surfar. O único gajo da história que mostrou, na água, que o melhor de todos os tempos também podia ser derrotado, o único que fez com que Slater surfasse com medo. Muito respeito à memória de Andy Irons.
Estou longe de ser o maior perito em Bodyboard que conheço, mas sei mais disto que muitos dos que escrevem por ai e por ali e ando de boogie há mais anos que a maioria dos ocupantes dos line ups nacionais. Mas a isso, acho, chama-se idade e uma paixão absurda por ondas.
Posto isto, confesso que li um texto no Inside BB que me deixou irritado. Tal como todos os outros agarrados às esponjinhas, gostei tanto do adiamento do Special Edition como do Orçamento de Estado que o Passos no preparou, mas diz a organização que durante o período de espera não apareceu a ondulação pretendida. Duvidamos?
Desde 2003 que o Special Edition é organizado por carolice e desde essa altura que a sua vitória é o título mais importante do bodyboard nacional. Começou com os melhores cá da terra e oito anos depois esperam-se os melhores do Mundo. Começou com os organizadores a lutarem para terem os maiores das suas praias disponíveis durante o período de espera e este ano a polémica foi com os que queriam entrar e não tiveram vaga. Começou com uma vitória do Paulinho, no ano passado ganhou o Mike Stewart e para o ano ganhará o HUBBARD (ok, sou suspeito!). Por ali, consta, ganhou-se a maior distinção internacional da história da fotografia desportiva nacional.
Ao contrário de quase tudo o resto, o Special Edition nunca parou de evoluir. E, chegamos à minha dúvida, o que ganhamos nós, boogies, em lançar suspeitas sobre a melhor organização do desporto nacional? Há uma coisa que sei. Se tudo evoluísse como o Special Edition, não estaríamos neste estado. Nem na água, nem na banca nem na internet.