No total foram mais de 1200 golos em pouco mais de 1300 jogos. Em mundiais, o Morais, autor do célebre "cantinho" sportinguista, até uma perna lhe partiu, mas no final da carreira tinha três títulos, um dos quais conquistado logo aos 17 anos. Pelé, foi o atleta do século, o melhor futebolista do século, a meta que todos quiseram ultrapassar. Maradona, Ronaldo e agora Messi até podem ser os melhores da sua era, mas nenhum conseguiu roubar o estatuto ao brasileiro. Pelé, é Pelé - o único que em três temporadas diferentes ultrapassou a marca dos cem golos.
Dirão que no final da década de 50 ninguém sabia defender, que o Brasil era o único país com selecção, que os 60 títulos conquistados entre o Santos e o Cosmos pouco representam ou que lucra com o facto de ter jogado numa era a que poucos assistiram. Argumentos válidos, mas ainda assim insuficientes para mudar o desfecho das votações para o maior de sempre.
No bodyboard, parece-me, a discussão é mais fácil. É certo que Mike Stewart limpou onze títulos mundiais e um número incontável de provas em Pipeline, mas o seu estatuto é de pai. Há um bodyboarder que destronou o primeiro rei - Mike - e o segundo - Eppo -, há um bodyboarder que foi Hexa-Campeão do Mundo na década de 90 e que nove anos depois do seu último título voltou a liderar o ranking. Chamam-lhe "máquina", chamam-lhe "louco" e até "suicida", eu vejo-o como o melhor bodyboarder de todos os tempos. Bateu-se com Mike, com a versão sóbria do Botha, e com King. Agora, aos 37 anos, enfrenta aquela que será a geração mais forte da história do nosso desporto e mesmo assim não há quem o exclua da lista dos candidatos. Havia? Depois de Arica, desistiram, esconderam-se com a vergonha de quem chamou velho ao bodyboarder mais atirado do GSS. Sim o Rawlins, dropa monstros, mas até ele guinchou como uma virgem quando o GT virou o heat contra o Amaury.
Depois de um embate, contra o campeão do Mundo, como eu não tenho memória de assistir, uma versão com ondas do "Rumble in the Jungle", e de uma final em que, acreditando num deprimido aussie lover, não deu hipótese, GT está de volta ao topo do ranking e, arrisco eu, não o largará com facilidade. Melhor que ninguém sabe como vencer mundiais, mas também sabe, melhor que ninguém, quanto custa ficar em segundo.
Mas de Arica, nem só a vitória do GT me ficou na memória. Como alguns saberão, sou pouco dado a patriotismos, mas desta vez, vibrei. Depois de ter sido catalogado de 'brasileiro', o Gastão Entrudo mostrou finalmente ao mundo que merece um lugar entre a elite mundial. Mandou-se, arriscou e brilhou até ser colocado num heat com requintes de malvadez - GT, Hubb e aquele que será a grande revelação do ano, o Mark McCharty. Há derrotas que não devem deixar marcas e a que Entrudo sofreu é uma dessas.
Duas dúvidas relacionadas com a qualidade das ondas do GSS. Desta vez, qual será a desculpa dos australianos para não terem um campeão do Mundo e, para rematar, vamos mesmo apresentar as ondas de Sintra em Agosto como cartão de visita? Todo o respeito por quem, durante anos, manteve a melhor (única) etapa do nosso Mundial a funcionar, mas se este nível se mantiver, das duas uma: ou passamos a prova para o inverno; ou, os sintrenses que me desculpem, temos todos de começar a cantar "Allez Praia do Norte, Allez!"
Deixo-vos com um video que revela o segredo do "Animal".
Bons Tubos
O artigo é pertinente e concordo com grande parte das opiniões transmitidas mas em relação à praia grande, penso que estás redondamente enganado.
ResponderEliminarTenho assistido ao mundial desde 2008 (ao vivo) e vi videos de anos anteriores (inclusive 2007 que esteve praticamente clássico todos os dias) e digo-te que a praia grande não desilidiu: Foram vários os dias, nas várias edições com ondas a rondar os 2 metros e outros dias que apesar do mar de estar mais pequeno, a qualidade e boa formação das ondas, manteve-se. A consistência e qualidade da pg é reconhecida a nível mundial.
Esta etapa, a par de pipe e arica, é a que os riders mais gostam. Não só pelas ondas mas pela hospitalidade, bom ambiente e gastronomia portuguesa. Já para não falar do elevado prize money...
Quanto à pn, é obvio que tem altas ondas mas o tamanho com que estas entram é praticamente igual ao da praia grande, tanto pela direcção da praia como por outros factores naturais. Mas nunca se sabe, sugere a tua proposta à IBA e talvez te dêm uma resposta.
Cumprimentos, António Ribeiro
António,
ResponderEliminarTal como tu, também não tenho falhado aos mundiais em Sintra e atenção que não lhe retiro valor. Até ao ano passado, as ondas até eram das melhore do circuito, mas este ano o nível subiu muito ... Um ponto em desacordo contigo: na PN entram com o mesmo tamanho da PG??
COCAS
Abraço
concordo com voce, GT é o melhor bb de todos os tempos. Em relação as etapas Europeias, Paulo Barcellos ja tinha feito um comentario a um site brasileiro dizendo que as etapas europeias eram realizadas em datas erradas, no verão. Agora deixo uma pergunta pra quem segui esse blog, o que esta acontecendo com PLC?
ResponderEliminarNa minha opiniao, o objectivo da iba é realizar os eventos na europa seguidos, pois torna-se mais facil a sua realização, bem como as deslocações. Acho que outro objectivo da IBA, é também aproveitar o facto VERÃO, que atrai muitas pessoas à praia,e essas terão a oportunidade de ver bodyboard a alto nível.
ResponderEliminarEm relação às ondas, acho que a praia Grande chega prefeitamente para haver um bom show. Se formos a ver a etapa de pipeline não contou com condições clássicas, tais como as que vimos em Arica, embora foi um campeonato onde os riders conseguiram aproveitar o maximo o que havia, e realizar manobras de elevado grau de dificuldade. Para mim, foi um dos campeonatos onde se verficiou, o que estamos habituados a ver numa sessão de free surf, num campeonato.
Mas concordo plenamente numa etapa na Nazaré, ou Peniche, pois são zonas que funcionam com bastante regularidade, embora para as realizar tinha de ser no Inverno.
Isto da Praia Grande, não tem nada a ver com a IBA, mas sim com a Camara de Sintra, acham que a CMS e os patrocinadores extra bodyboard iam dar o mesmo dinheiro para uma prova que se desenrola-se num dia frio, cheio de nevoeiro no inverno, que dão para o final de Agosto com a praia cheia de pessoas...
ResponderEliminarO mesmo se passa com praias como a PN, são praias que não têm pessoas normalmente, e no caso de uma prova Mundial, podendo se realizar a dias de semana de inverno pode não passar de 1 ou 2 centenas de pessoas a assistir. Isto versus o montante investido não é nada aliciante. Há também a transmissão online, e toda as noticias sobre o evento na comunicação social, mas na realidade poucas são as empresas que dão grande relevância a isto no fim do dia, principalmente os webcasts são só dirigidos a um público super especifico e maioritariamente estrangeiro.
São poucas as autarquias que consideram o turismo de Surf como uma fonte importante de negócio e que apostam na sua promoção. E neste caso o Surf chegou primeiro no contacto com autarquias e Juntas de Turismo, e apresentam eventos internacionais com números muito mais aliciantes. Neste caso continuamos a sofrer do mesmo preconceito surf VS bodyboard que existe no público geral. Entre um evento Pro de Surf ou um de Bodyboard a maioria das câmaras prefere o desporto de "adultos"... Resta-nos aprender a vender o nosso desporto de uma maneira diferente perante estes organismos.
Apenas duas correcções: o gajo que o Pelé ACUSOU de lhe ter lixado a perna foi o Vicente e não o Morais. E o Mike tem 9 títulos e não onze.
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