segunda-feira, 20 de dezembro de 2010
Carcavelos Pro: o arranque do novo bodyboard português
Se todas as provas do Nacional fossem como o Carcavelos Pro, o bodyboard português estaria muito melhor. Boas ondas, boa organização, uma pequena mas abnegada e competente equipa de comunicação e um presidente que, eu sou testemunha, até chão lavou.
Infelizmente, o circuito não foi bom. Não se pode ter apenas um circuito com três etapas e com ondas como as que vimos nos Açores, ironicamente, a etapa mais pontuada.
É mau para o campeão, que não tem o crédito suficiente, e o Tiago Silva merece-o. Não que seja o melhor bodyboarder português. Não o é. Mas mostrou mais uma vez que sabe competir, que tem o que é preciso para aguentar a pressão (o heat com o João Barciela e o Hugo Pinheiro no Guincho provou-o) e que não envergonha o bodyboard nacional como seu campeão.
No feminino, venceu a Rita Pires com toda a justiça. A Catarina Sousa é uma campeã mas perdeu o título em Sagres. Sim, o facto de o circuito ter três etapas não ajuda, mas tal como no caso do Tiago, vence quem é mais regular e a Rita foi-o. E não me parece que os outros 11 títulos nacionais que possui tenham sido obra do acaso...
Tenho pena pela Joana Schenker, que é uma jovem talentosa mas a quem ainda falta uma ponta de "killer instinct" das outras duas senhoras que, por alguma razão, dominam o bodyboard feminino há mais de uma década. Mas o tempo dela virá.
Posto isto, há boas notícias: o Carcavelos Pro foi apenas uma amostra do que vem aí.
Em 2011 vamos ter mais etapas, melhor organização, melhor comunicação. O bodyboard português vai acompanhar a tendência mundial e dar um passo em frente no sentido de conquistar o seu espaço no Desporto através dos mass media.
Acabou-se a dependência de uma revista ou dos sites especializados. Foram e continuarão importantes para a identidade do bodyboard português, mas o desporto terá de sair da sua sombra. Está na hora de assumir a maturidade que há muito se reclama em fóruns como este ou como o Palavras de Sal, que eu e o Cocas ajudámos a criar. E precisamente com esse espírito: há que fazer mais e há que fazer melhor.
Em 2011, com a APB e com todos nós (que todos podemos e devemos ajudar) o bodyboard português pode ser, efectivamente, melhor.
Boas ondas
PS: para cobardia não está mal, não?
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Concordo com tudo o que foi escrito, e reitero o que há uns tempos referi: está a faltar uma nova magazine (impressa)de bb português. Não sou contra a Vert, nunca o fui, embora algumas destas últimas edições deixem muito a desejar... Penso que uma séria concorrente só traria beneces, o mesmo que a Onfire (no caso dos nossos amigos bípedes) trouxe ao panorama nacional de Surf, obrigando a "revista-mor" a actualizar-se e a rever todos os seus conceitos a nível de fotografia e texto.
ResponderEliminarSei que um projecto destes é dispendioso, mas não será esta a hora certa? Não é este o momento do boom do bodyboard?
Boom do bodyboard mas recessão de tudo o resto. Mas, mais importante que isso é o problema estrutiral do BB. A Vert subsiste porque é única. Mas se se quisesse fazer outra revista, teriua de ser algo radicalmente diferente, com outro perfil.
ResponderEliminarMas o público português de BB está receptivoa algo diferente? Tenho as minhas dúvidas, Filipe.
pessoalmente não me perece que o bodyboard nacional precise de mais uma revista em papel, mas antes de um muito bom site online que faça de uma forma sistematizada e diária o trabalho que alguns blogues, como este, vão fazendo.
ResponderEliminarPercebo a tua perspectiva Charles, teria de ser uma espécie de Le Boogie portuguesa, o que seria o cabo dos trabalhos visto não termos os picos/fotógrafos/riders?! que a Austrália possui.
ResponderEliminarTalvez o melhor na actual conjectura fosse mesmo o que o Pedro Arruda referiu, menos dispendioso e capaz de proporcionar mais info que uma revista...
Enquanto as ideias não saem da gaveta eu cá permaneço fiel aos blogs que estão a fazer um excelente trabalho.