Nos últimos dias não têm faltado fotos de fazer salivar e, aparentemente, hoje as ondas voltaram a estar de gala. E eu, em vez do suspeito do costume a convocar para uma surfada, acordei com a TSF. Parece que em Portugal, o país do desemprego (real) a chegar aos 20 por cento, já são 300 mil os portugueses sem emprego e que não recebem qualquer apoio do Estado. Calões dirão alguns. Inevitável dirão outros. Miséria digo eu.
Hoje não fui surfar. Os dias não são de festa, assobiar para o lado é bom quando se é adolescente e acertar um ARS há muito que deixou de estar nas minhas prioridades. É verdade, mesmo estando mais perto dos 20 anos de bodyboard do que gosto de imaginar, apanhar ondas continua a ser uma terapia essencial para minha sanidade mental e são poucas as coisas que me sabem tão bem como arrancar para um drop de destino incerto. Preciso de surfar. Durante duas horas não há impostos, despedimentos ou notícias de miséria. Na água, a crise só se nota quando os ventos sopram onshore.
Mas desenganem-se. Nem os nossos primos bípedes escaparão e para nós o que o futuro nos reserva será ainda mais negro. Tal como na Europa, onde a corda partiu pela ponta mais fraca, também na água será nosso o maior wipeout. Não sonhem com transmissões de luxo, prize moneys capazes de fazer rico o Top 16 ou com apoios decentes para os melhores tugas. A hora, meus amigos, é de lutar pelo que se foi conquistando e eu estarei feliz se para o ano por esta altura o nosso Mundial estiver como o deste ano.
Se para o ano estiver à espera das duas últimas etapas do Grand Slam Series com o título em aberto e a dias de rumar a Peniche para ver os melhores surfistas do Mundo na melhor onda do país, estarei feliz. Os júris podem continuar a dar pontos pela popularidade dos bodyboarders e o Vasco Ribeiro até pode ainda estar a caminho do World Tour, mas se alguém ainda os pagar para apanharem ondas (e eu poder assistir) eu estarei satisfeito.
Desenganem-se. A seco ou na água, é preciso entrar em 'survival mode'.
Bons Tubos
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