Já lá vão uns anos que de um pequeno blog segui para ajudar a fazer uma referência da blogosfera nacional, o Palavras de Sal. Depois, pelo sossego da coisa, mudei-me para aqui e agora, três anos depois, chegou a altura de voltar a seguir. Sigo para A Bica.
Tal como no mar, também na casa nova o pico vai ser partilhado com um primo bípede. E será no Meia Maré que continuarei a matar o bichinho de escrever sobre o nosso bodyboard.
Por lá estarei para perguntar se não há quem agarre o touro pelos cornos. Se sou só eu a achar que a vitória do Player em Pipeline vem baralhar a hierarquia na lista de Candidatos. Se sou só eu a achar que o nosso desporto também tem de conseguir seguir. Sobretudo, estarei por lá para partilhar o que vai acontecendo pelo mar e entre os nossos.
Vou continuar convicto que o Hubbard é o melhor do Mundo. Vou continuar com medo do Ben Player e com um grande respeito ao Ryan Hardy. Vou continuar invejoso do Winchester e convencido que, mais cedo ou mais tarde, o McCarthy será campeão do Mundo. Vou continuar convicto que não é por falta de talento que não temos um português no Grand Slam da IBA. Vou continuar à espera dos webcasts.
Despeço-me com dois dos dilemas que por lá vou tentar desmontar.
Ao primeiro, basta olhar bem para o pódio do Iba GoPro Pipeline Challenge para o perceber. Com o Hubbard a tentar seguir as pisadas do tio Mike, tanto na colecção de títulos como nas pranchas, e o Pierre Louis Costes a ameaçar surfar em modo "Fronton 2012". Com ambos a verem Ben Player ganhar a etapa que, tradicionalmente, 'marca' o futuro campeão? Com wildcards como o Rawlins, o McCarthy. Com avistamentos de Botha? Lamento, mas ainda não sou capaz de escolher um favorito ao Santo Graal dos Canecos.
O segundo é bom, é nacional. A julgar pela actividade em Pipe, temos o Tó Cardoso em full speed atrás do estatuto, o Hugo Pinheiro na luta por um lugar que lhe pertence e o Rui Pereira a começar a temporada com uma das melhores exibições nacionais de que me lembro na etapa rainha. Para os mais distraídos - passou a segunda ronda com 9.58, a terceira com 8.38, na quarta limpou o Charlie "deviam ter-lhe dado o 10" Chapelet com um revelador 15.38. Na quinta foi segundo entre o Sasha Specker, o Alistair Taylor e o Charlie Holt e só caiu aos pés de Mike Stewart e Mitch Rawlins. Nesta altura, Rui Pereira leva a tocha, mas alguém arrisca sobre quem será o português melhor classificado no Mundial?
Pela Meia Maré continuarei a tentar resolver dos dilemas e, com alguma sorte, desencantar outros. Fica por aqui O Bom, o Mau e o Bodyboarder. Fica por aqui o Cocas. Segue o vicio pelo mar e pelo Bodyboard. Segue a inconsciente adoração aos mestres da arte de domar ondas e aos heróis e vilões da sua história. Seguem os palpites e, quando me sentir mais científico, as fezadas.
Segue a vontade de continuar a ver e partilhar o melhor do nosso Joga Bonito. Fica um clássico.
Bons Tubos
O bom, o mau e o bodyboarder
Um blog para quem sonha com o tubo perfeito.
quarta-feira, 6 de março de 2013
quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013
Iba World Tour 13 - 5 euros
Desculpas.
Um pedido público de desculpas ao Rui Pereira. É pecado antigo esquecer-me de o incluir entre os nossos craques de topo. Hoje a ver Pipe - diga-se que numa transmissão bem simpática - e já depois do Hugo Pinheiro se ter despedido, vi o António Cardoso apagar-se na ronda 5. Merda de fado. Mas logo depois, o Rui Pereira obrigou-me a pedir desculpa. Com surf seguro e limpinho como se quer no arranque em Pipe, começou a temporada em grande. Amanhã, a confirmar a entrada entre os graúdos, reservaram-lhe o Mike Stewart e o Mitch Rawlins. Não sei se é fado, mas sei que há fados com finais bem felizes.
Na sessão de estreia do Tour de 2013
A Sasha Specker, Jared Houston e Mark McCarthy, os sul africanos ontem juntaram André Botha. Fica o palpite - se o regresso do 'monstro' que ontem voltou a surfar Pipe for mesmo verdade - e os mais velhos sabem do que falo - não tenham dúvidas sobre a bandeira que no final da época vai dominar o top 10 da IBA.
Mas se rever Botha a surfar Pipe, monstro que domou aos 17 anos, já rendeu bem mais que os últimos 5 euros que gastei no cinema, foi na quinta ronda, o tal heat 38, que o investimento compensou. O mérito? De um tal de Charlie Chapelet que fez um DEZ monstro - 9.88, pontuaram os menos entusiasmados juízes da IBA. A que logo depois respondeu Ryan Hardy. Naturalmente, com outro DEZ - 8.75 para o senhores da IBA. Eu vi. E não estou interessado no que dizem os juízes. Dois tubos, dois rollos, vinte pontos. Os juízes estavam cépticos. Eu não. Ainda gritei DEZ no 8 e tal do Jones Russel.
A bela e os monstros?
Não me parece que nenhum se reclame Senhor do Pico. Não me parece que algum precise de o fazer. Mas para hoje prometem Mark Cunningham, Kainoa McGee, Jamie O'Brien, Bruce Irons, Mike Stewart e Jeff Hubbard em Pipeline. A onda e os seus donos. The King of Pipe. A bela e os monstros?
Assim os deuses do webcast o permitam e hoje é dia de festim. O dia em que os monstros, esses tarados, se lançam com tudo sobre a mais bela das esquerdas. Nem peço muito. Sobram promessas - de gopro instaladas nas costas do Botha a 360º no tubo prometidos pelo O'Brien. Eu só quero ver.
Imaginem que o Irons quer reclamar o trono da família. Que Obrien quer mostrar que também é capaz. Que o Mike insiste em lhes mostrar que dá para arrancar mais atrás e que o Hubbard vai voltar a andar onde mais ninguém chega. Alguém viu os Vingadores?
Pipeline está de gala e há, pelo menos, um Hubbard Vs Botha no horizonte. Ben Player Vs Amaury. Winchester Vs Hardy. Como picante, ainda temos a despedida de um (Damian) King. A bela? Sobrevive. Eu? Aceito o pay per view.
Um pedido público de desculpas ao Rui Pereira. É pecado antigo esquecer-me de o incluir entre os nossos craques de topo. Hoje a ver Pipe - diga-se que numa transmissão bem simpática - e já depois do Hugo Pinheiro se ter despedido, vi o António Cardoso apagar-se na ronda 5. Merda de fado. Mas logo depois, o Rui Pereira obrigou-me a pedir desculpa. Com surf seguro e limpinho como se quer no arranque em Pipe, começou a temporada em grande. Amanhã, a confirmar a entrada entre os graúdos, reservaram-lhe o Mike Stewart e o Mitch Rawlins. Não sei se é fado, mas sei que há fados com finais bem felizes.
Na sessão de estreia do Tour de 2013
A Sasha Specker, Jared Houston e Mark McCarthy, os sul africanos ontem juntaram André Botha. Fica o palpite - se o regresso do 'monstro' que ontem voltou a surfar Pipe for mesmo verdade - e os mais velhos sabem do que falo - não tenham dúvidas sobre a bandeira que no final da época vai dominar o top 10 da IBA.
Mas se rever Botha a surfar Pipe, monstro que domou aos 17 anos, já rendeu bem mais que os últimos 5 euros que gastei no cinema, foi na quinta ronda, o tal heat 38, que o investimento compensou. O mérito? De um tal de Charlie Chapelet que fez um DEZ monstro - 9.88, pontuaram os menos entusiasmados juízes da IBA. A que logo depois respondeu Ryan Hardy. Naturalmente, com outro DEZ - 8.75 para o senhores da IBA. Eu vi. E não estou interessado no que dizem os juízes. Dois tubos, dois rollos, vinte pontos. Os juízes estavam cépticos. Eu não. Ainda gritei DEZ no 8 e tal do Jones Russel.
A bela e os monstros?
Não me parece que nenhum se reclame Senhor do Pico. Não me parece que algum precise de o fazer. Mas para hoje prometem Mark Cunningham, Kainoa McGee, Jamie O'Brien, Bruce Irons, Mike Stewart e Jeff Hubbard em Pipeline. A onda e os seus donos. The King of Pipe. A bela e os monstros?
Assim os deuses do webcast o permitam e hoje é dia de festim. O dia em que os monstros, esses tarados, se lançam com tudo sobre a mais bela das esquerdas. Nem peço muito. Sobram promessas - de gopro instaladas nas costas do Botha a 360º no tubo prometidos pelo O'Brien. Eu só quero ver.
Imaginem que o Irons quer reclamar o trono da família. Que Obrien quer mostrar que também é capaz. Que o Mike insiste em lhes mostrar que dá para arrancar mais atrás e que o Hubbard vai voltar a andar onde mais ninguém chega. Alguém viu os Vingadores?
Pipeline está de gala e há, pelo menos, um Hubbard Vs Botha no horizonte. Ben Player Vs Amaury. Winchester Vs Hardy. Como picante, ainda temos a despedida de um (Damian) King. A bela? Sobrevive. Eu? Aceito o pay per view.
quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013
Está na hora
Está na hora. Entre os nossos primos bípedes o arranque está previsto para a Gold Coast e sobre isso podem ler o Meia Maré - um blogue que promete acompanhar o surf como há muito deixou de se fazer por cá. Em A Bica, sei de fonte segura, também nunca faltará bodyboard, mas a convera para vocês, seus agarrados, ficará por aqui e como, dizem, estamos a horas do GO em Pipeline ... aqui fica.
Favoritos.
O Hubbard e o Pierre. Não por esta ordem ou por outra qualquer. Podia ser por terem ganho três dos quatro últimos mundiais, por o havaiano ser o melhor bodyboarder do Mundo ou pelo facto do Pierre, no Frontón, ter mostrado o melhor bodyboard de 'heat' da temporada. Podia ser por eu achar que há uma raça especial, muito restrita, que tem tudo a perder e nada a ganhar. Aqueles com surf para vencer todos os heats em que entram e onde, a par de Pierre e de Hubbard, poucos têm lugar. O Player, seguramente tem lá o seu espaço, mas ...
Ameaças.
... ano após ano insiste em desiludir que torce por ele. Quem compra as pranchas e suspira a cada air reverse que o Talentoso Senhor Player faz questão em encaixar sempre que as ondas abrem uma abébia. Ano após ano, Ben Player decide não ser campeão do Mundo e, a cada ano que passa, tornar-se cada vez mas irrelevante na hora das apostas. É ameaça? Para tudo, para todos. E o Mitch Rawlins? Está cumprida a temporada de habituação, ninguém duvida do nível de surf do 'golden boy' e agora todas as frases terminam com pontos de interrogação. Dois exemplos: será já este ano? já terá km de 'heat' suficientes? Começa a ganhar já em Pipe?
Aposta
Mas este ano reservo-me ao direito de fazer uma aposta de reduzida probabilidade de sucesso - André Botha. Os mais novos não se lembram da lenda, contada nas páginas da Bodyboard Portugal, do miúdo sul africano que foi a Pipeline roubar - alguns dizem que literalmente - dois títulos ao Guilherme Tâmega. Os mais novos também não se lembram de como surfava o (entretanto feito) Senhor Botha antes da fritaria em que se deixou cair. Eu, velhinho, lembro-me de quase tudo e não tenho dúvidas que, sendo o regresso para valer, são poucos os que o conseguirão derrotar.
Para os que têm assistido aos vídeos que o sul africano tem largado de Pipeline, desfaço já duas dúvidas - Não, ele não tem quilhas na prancha. A quantidade absurda de água que levanta a cada rasgada é mesmo fruto do talento. Sim, é louco. Não por surfar os closeouts havaianos por diversão, mas por gostar de surfar o Fronton quando os locais dizem que está demasiado grande para entrar, por dropar mais atrás que todos os outros, por gostar de ver a porta da saída fechar, por ser, genuinamente, louco.
Tugaria - "Nã há guita e nã há nível."
Imaginem um heat normal de um Grand Slam da IBA, por altura dos quartos-de-final. Pelo menos um ex-campeão do Mundo tende a estar entre os quatro - para o efeito, serve o Amaury - depois é inevitável ter um candidato - pode ser o Winchester - e uma surpresa - apostamos num local, imaginamos a etapa no Fronton e escolhemos Diego Cabrera. Agora reservem o último lugar para um tuga e façam o doloroso exercício de imaginar o que tinha de acontecer para passarem o heat em primeiro.
Hugo Pinheiro e Manuel Centeno continuam a ser, de longe, os melhores que temos por cá. Provam-no os títulos nacionais que repartem tranquilamente entre a Costa da Caparica e a Invicta, provam-no os podcasts, provam-no os resultados em quase todas as provas em que entram e onde, invariavelmente, terminam à frente da matilha nacional. Agora aparece, ao longe, o Tó Cardoso - que ainda precisa de muito resultado para ter o currículo que comprove o hype em sua volta. Mas não é na água que mais sofremos pela falta de nível. Qualquer um deles, pode ser o obreiro do doloroso feito de vencer um heat nas fases finais de um Grand Slam.
Mas ... "nã há guita e nã há nível"
A guita acabou e fora de água a falta de nível só tem atrapalhado. Com o país a falir, por cá gritou-se que o Nacional era uma merda e que os chefes da APB não passam de uns pulhas em busca de um tacho. Não vou perder tempo a explicar o divertido que é alguém achar que o BB nacional tem dimensão para ter tachos ou a perguntar onde estão os críticos agora que a direcção da APB anunciou a retirada. Também não estou para explicar que ter várias etapas e resumos de boa qualidade em vídeo apoiados em bons trabalhos do Bodyboard.pt é algo que só outra organização conseguiu fazer no ano passado, a IBA. Mas deixo uma pergunta. Se em terra se 'surfasse' com o nível do Pinheiro - vão ver o respectivo trabalho no último Europeu - será que os artistas na água não teriam melhores condições para se mandarem aos tubarões?
P.S: No arranque da temporada, volto a lembrar que a Federação Portuguesa de Surf continua sem explicar o porquê da morte do Mundial em Sintra. Agradeço a atenção dispensada ao meu (nosso) desporto, mas deixo-me ficar a torcer para que a APB volte a cair em mãos competentes e que, desta vez, consigam tirar, de vez, o desporto de uma federação cada vez mais ... inútil.
Favoritos.
O Hubbard e o Pierre. Não por esta ordem ou por outra qualquer. Podia ser por terem ganho três dos quatro últimos mundiais, por o havaiano ser o melhor bodyboarder do Mundo ou pelo facto do Pierre, no Frontón, ter mostrado o melhor bodyboard de 'heat' da temporada. Podia ser por eu achar que há uma raça especial, muito restrita, que tem tudo a perder e nada a ganhar. Aqueles com surf para vencer todos os heats em que entram e onde, a par de Pierre e de Hubbard, poucos têm lugar. O Player, seguramente tem lá o seu espaço, mas ...
Ameaças.
... ano após ano insiste em desiludir que torce por ele. Quem compra as pranchas e suspira a cada air reverse que o Talentoso Senhor Player faz questão em encaixar sempre que as ondas abrem uma abébia. Ano após ano, Ben Player decide não ser campeão do Mundo e, a cada ano que passa, tornar-se cada vez mas irrelevante na hora das apostas. É ameaça? Para tudo, para todos. E o Mitch Rawlins? Está cumprida a temporada de habituação, ninguém duvida do nível de surf do 'golden boy' e agora todas as frases terminam com pontos de interrogação. Dois exemplos: será já este ano? já terá km de 'heat' suficientes? Começa a ganhar já em Pipe?
Aposta
Mas este ano reservo-me ao direito de fazer uma aposta de reduzida probabilidade de sucesso - André Botha. Os mais novos não se lembram da lenda, contada nas páginas da Bodyboard Portugal, do miúdo sul africano que foi a Pipeline roubar - alguns dizem que literalmente - dois títulos ao Guilherme Tâmega. Os mais novos também não se lembram de como surfava o (entretanto feito) Senhor Botha antes da fritaria em que se deixou cair. Eu, velhinho, lembro-me de quase tudo e não tenho dúvidas que, sendo o regresso para valer, são poucos os que o conseguirão derrotar.
Para os que têm assistido aos vídeos que o sul africano tem largado de Pipeline, desfaço já duas dúvidas - Não, ele não tem quilhas na prancha. A quantidade absurda de água que levanta a cada rasgada é mesmo fruto do talento. Sim, é louco. Não por surfar os closeouts havaianos por diversão, mas por gostar de surfar o Fronton quando os locais dizem que está demasiado grande para entrar, por dropar mais atrás que todos os outros, por gostar de ver a porta da saída fechar, por ser, genuinamente, louco.
Tugaria - "Nã há guita e nã há nível."
Imaginem um heat normal de um Grand Slam da IBA, por altura dos quartos-de-final. Pelo menos um ex-campeão do Mundo tende a estar entre os quatro - para o efeito, serve o Amaury - depois é inevitável ter um candidato - pode ser o Winchester - e uma surpresa - apostamos num local, imaginamos a etapa no Fronton e escolhemos Diego Cabrera. Agora reservem o último lugar para um tuga e façam o doloroso exercício de imaginar o que tinha de acontecer para passarem o heat em primeiro.
Hugo Pinheiro e Manuel Centeno continuam a ser, de longe, os melhores que temos por cá. Provam-no os títulos nacionais que repartem tranquilamente entre a Costa da Caparica e a Invicta, provam-no os podcasts, provam-no os resultados em quase todas as provas em que entram e onde, invariavelmente, terminam à frente da matilha nacional. Agora aparece, ao longe, o Tó Cardoso - que ainda precisa de muito resultado para ter o currículo que comprove o hype em sua volta. Mas não é na água que mais sofremos pela falta de nível. Qualquer um deles, pode ser o obreiro do doloroso feito de vencer um heat nas fases finais de um Grand Slam.
Mas ... "nã há guita e nã há nível"
A guita acabou e fora de água a falta de nível só tem atrapalhado. Com o país a falir, por cá gritou-se que o Nacional era uma merda e que os chefes da APB não passam de uns pulhas em busca de um tacho. Não vou perder tempo a explicar o divertido que é alguém achar que o BB nacional tem dimensão para ter tachos ou a perguntar onde estão os críticos agora que a direcção da APB anunciou a retirada. Também não estou para explicar que ter várias etapas e resumos de boa qualidade em vídeo apoiados em bons trabalhos do Bodyboard.pt é algo que só outra organização conseguiu fazer no ano passado, a IBA. Mas deixo uma pergunta. Se em terra se 'surfasse' com o nível do Pinheiro - vão ver o respectivo trabalho no último Europeu - será que os artistas na água não teriam melhores condições para se mandarem aos tubarões?
P.S: No arranque da temporada, volto a lembrar que a Federação Portuguesa de Surf continua sem explicar o porquê da morte do Mundial em Sintra. Agradeço a atenção dispensada ao meu (nosso) desporto, mas deixo-me ficar a torcer para que a APB volte a cair em mãos competentes e que, desta vez, consigam tirar, de vez, o desporto de uma federação cada vez mais ... inútil.
domingo, 10 de fevereiro de 2013
Iba World Tour - Place your bets
Todos gostamos de um underdog. Aquele em quem mais ninguém aposta, que arranca de trás e que num rasgo ou numa maratona de trabalho contraria as probabilidades e derrota o Mundo. Quem não gosta? São nos underdogs que nos fazem acreditar que tudo é possível.
E confortável ser fã de um underdog. Se não ganharem, mais não fazem que cumprir as expectativas e nós, todos os que gostamos, somos pouco exigentes. E quando ganham? Lembro-me do Djokovic aparecer. Esse sérvio que teve a ingenuidade de acreditar que se conseguia intrometer entre dois dos melhores jogadores da história - Roger Federer e Rafael Nadal. Um estrondo.
Dizem os números que são os favoritos quem mais ganha. Digo eu que são os underdogs quem garante o espectáculo. E todos gostamos de um bom underdog.
Lembro-me do Pierre Louis Costes. O puto francês metido numa luta de gente grande e a acabar a época a celebrar no Fronton. Lembro-me de uma segunda metade de época perfeita, na Era do Backflip, a acumular vitórias até à nossa slab de eleição. Sei que, pelo menos, o Hubbard esteve entre as vítimas. Nesse dia, PLC perdeu o estatuto de Underdog.
No ano passado, voltou a ser decisivo ao desempata a temporada épica. Foram poucos os que deram pela verdadeira dimensão do embate entre Winchester e Hubbard. Hubbard ganhou em Pipe, voou até ao Fronton e no final agradeceu ao Pierre. Pelo meio, o 'cenourinha' surfou como eu há muito não via. Limpinho como o melhor dos aussies e quase tão alto como o Hubbard.
A exibição de Hubbard no México foi assustadora. Pierre no Fronton não ficou atrás e, no mano a mano, acabou com a corrida de Winchester para entrar no seu clube, o dos campeões. Quanto ao palpite para o top-3 estamos conversados e, entre eles, acertar na previsão, mais não seria que um tiro de sorte.
Mas e os Underdogs? Deixo duas apostas. O Mark McCarthy - não sei se repararam que foi dos poucos a mandar o Hubbard para a areia - e o Mitch Rawlins, já com a habituação ao 'tour' feita.
Senhoras e senhores, prones e drop knees, segurem-se que, com mais ou menos etapas, a temporada está a começar. Place your bets.
Bons Tubos
E confortável ser fã de um underdog. Se não ganharem, mais não fazem que cumprir as expectativas e nós, todos os que gostamos, somos pouco exigentes. E quando ganham? Lembro-me do Djokovic aparecer. Esse sérvio que teve a ingenuidade de acreditar que se conseguia intrometer entre dois dos melhores jogadores da história - Roger Federer e Rafael Nadal. Um estrondo.
Dizem os números que são os favoritos quem mais ganha. Digo eu que são os underdogs quem garante o espectáculo. E todos gostamos de um bom underdog.
Lembro-me do Pierre Louis Costes. O puto francês metido numa luta de gente grande e a acabar a época a celebrar no Fronton. Lembro-me de uma segunda metade de época perfeita, na Era do Backflip, a acumular vitórias até à nossa slab de eleição. Sei que, pelo menos, o Hubbard esteve entre as vítimas. Nesse dia, PLC perdeu o estatuto de Underdog.
No ano passado, voltou a ser decisivo ao desempata a temporada épica. Foram poucos os que deram pela verdadeira dimensão do embate entre Winchester e Hubbard. Hubbard ganhou em Pipe, voou até ao Fronton e no final agradeceu ao Pierre. Pelo meio, o 'cenourinha' surfou como eu há muito não via. Limpinho como o melhor dos aussies e quase tão alto como o Hubbard.
A exibição de Hubbard no México foi assustadora. Pierre no Fronton não ficou atrás e, no mano a mano, acabou com a corrida de Winchester para entrar no seu clube, o dos campeões. Quanto ao palpite para o top-3 estamos conversados e, entre eles, acertar na previsão, mais não seria que um tiro de sorte.
Mas e os Underdogs? Deixo duas apostas. O Mark McCarthy - não sei se repararam que foi dos poucos a mandar o Hubbard para a areia - e o Mitch Rawlins, já com a habituação ao 'tour' feita.
Senhoras e senhores, prones e drop knees, segurem-se que, com mais ou menos etapas, a temporada está a começar. Place your bets.
Bons Tubos
terça-feira, 5 de fevereiro de 2013
domingo, 3 de fevereiro de 2013
A onda
As ondas deviam vir com um aviso: Cuidado, a sua vida nunca mais será a mesma. Seja porque se fica agarrado, porque se ganha um novo respeito à força da natureza, seja porque se ganha vontade de a defender, uma onda pode mesmo mudar uma vida.
Lembro-me da minha. Uma esquerda nos Super, a rosnar num tom que até então nunca tinha ouvido e a correr mais depressa do que alguma vez tinha feito. Lembro-me da prancha, Mach 7-X, do fato O'neill e dos pés de pato de marca branca que vinham nos pés - laranjas e pretos, comprados numa loja de desporto ... na Guarda. Lembro-me do olhar do meu amigo Pedro - a remar para o outside, espantado, com a proeza. Mas a verdade, a mais dura das verdades, é que o tamanho realmente importa. A minha teria metro, com sorte um pouco mais, e só mudou uma vida. Além do respeito que lhe ganhei, fiquei agarrado. Quantos dos que por aqui passam não se lembram da primeira "Grande" onda? E quantos não lhe devem o 'bichinho'?
Até hoje, não sabia que podia funcionar ao contrário.
Uma onda que não era suposto ser surfada. Ali, na boca do ponto mais fundo do mar europeu, onde desagua toda a força do mar, um americano, um basco e um português desceram o que ninguém deveria descer. Sobreviveram e mudaram a Praia. Não comento a onda do Garret McNamara ou a do louco basco, é escusado. Comento a onda do António Silva. Não sou dado a patriotismos, mas deixo-lhe um obrigado. Soube bem ver ali um português e ver que alguém teve coragem para ir ao pico lembrar que a Casa também tem equipa. Tão moribunda quem tem andado, soube bem ver a garra lusa.
Mas naquele dia, não mudou a vida do McNamara, nem a do António Silva. A 28 de Janeiro, foi a Nazaré que apanhou o 'bichinho' das ondas. E agora? Surfam-na ou vão borregar para o canal?
Se em terra a souberem aproveitar, está ali o set perfeito para a cidade. No mar, se não tiverem cuidado, morrem. Para já garantida, a certeza que na história a Praia do Norte ficará ao lado de Shipsterns, The Right ou El Fronton, na lista dos 'monstros' que os boogies descobriram. O veículo é mesmo o menos relevante.
Bons Tubos
Lembro-me da minha. Uma esquerda nos Super, a rosnar num tom que até então nunca tinha ouvido e a correr mais depressa do que alguma vez tinha feito. Lembro-me da prancha, Mach 7-X, do fato O'neill e dos pés de pato de marca branca que vinham nos pés - laranjas e pretos, comprados numa loja de desporto ... na Guarda. Lembro-me do olhar do meu amigo Pedro - a remar para o outside, espantado, com a proeza. Mas a verdade, a mais dura das verdades, é que o tamanho realmente importa. A minha teria metro, com sorte um pouco mais, e só mudou uma vida. Além do respeito que lhe ganhei, fiquei agarrado. Quantos dos que por aqui passam não se lembram da primeira "Grande" onda? E quantos não lhe devem o 'bichinho'?
Até hoje, não sabia que podia funcionar ao contrário.
Uma onda que não era suposto ser surfada. Ali, na boca do ponto mais fundo do mar europeu, onde desagua toda a força do mar, um americano, um basco e um português desceram o que ninguém deveria descer. Sobreviveram e mudaram a Praia. Não comento a onda do Garret McNamara ou a do louco basco, é escusado. Comento a onda do António Silva. Não sou dado a patriotismos, mas deixo-lhe um obrigado. Soube bem ver ali um português e ver que alguém teve coragem para ir ao pico lembrar que a Casa também tem equipa. Tão moribunda quem tem andado, soube bem ver a garra lusa.
Mas naquele dia, não mudou a vida do McNamara, nem a do António Silva. A 28 de Janeiro, foi a Nazaré que apanhou o 'bichinho' das ondas. E agora? Surfam-na ou vão borregar para o canal?
Se em terra a souberem aproveitar, está ali o set perfeito para a cidade. No mar, se não tiverem cuidado, morrem. Para já garantida, a certeza que na história a Praia do Norte ficará ao lado de Shipsterns, The Right ou El Fronton, na lista dos 'monstros' que os boogies descobriram. O veículo é mesmo o menos relevante.
Bons Tubos
quinta-feira, 31 de janeiro de 2013
IBA World Tour - On Hold
Tinha preparado uma teoria. Que o Pierre era favorito, porque já passou o ano de celebração e está na hora de começar a trepar na hierarquia dos campeões. Na teoria, ainda defendia que é impossível a qualquer ser humano surfar mais que Jeff Hubbard em Pipeline. Segundo a teoria, Mark McCharty é a melhor aposta entre os que ainda procuram o primeiro título. A teoria terminava com a alegria de quem tinha a temporada a arrancar.
On Hold
Não há crise que o justifique. Por mais pequeno, miserável e desorganizado que seja o Bodyboard, não há justificação possível para que não se consiga montar uma etapa, a primeira da época, na onda de casa do campeão mundial e, para o bem e para o mal, no centro da indústria do surf. Não há desculpa.
Campanhas a apelar à carteira de quem vê não chocam, mas são um péssimo sinal. Não ter, como li em entrevista, alguém exclusivamente dedicado à angariação de patrocínios é sinal de amadorismo. Não conseguir promover uma etapa em Pipeline é absurdo. E a IBA está, manifestamente, a passar um mau bocado.
É verdade que um desporto que tem em Portugal um dos seus maiores mercados não pode transpirar saúde financeira, mas não é menos verdade que por cá, país depenado e a mendigar com ajuda, ainda se fez um Nacional com pés e cabeça. Se por cá conseguiram, porque não o conseguem por lá?
No Facebook, as últimas novidades até são animadoras com o tio Mike a dar esperança que o evento se realize. Mas com ou sem prova,desenganem-se os aluados do costume, o panorama é negro. Porque não se consegue chegar às empresas brasileiras, porque os australianos nunca se deram bem em competição e porque agora mais que nunca os 'primos' bípedes não estão para ajudar. Porque mesmo nos últimos dois anos os live webcasts têm números pouco relevantes e porque não há uma única marca forte.
Depois de duas temporadas de luxo, nós fãs, teóricos de bancada, simples curiosos, aspirantes a atletas, paitrocinados ou patrocinados não estamos preparados para não ter etapa em Pipeline. Nós, bodyboarders, merecíamos mais.
Ainda que On Hold, deixo-vos com mais um pormenor da teoria que estava a preparar. Aparecendo a todos os heats, o André Botha não cai antes dos quartos-de-final. A teoria não era má, mas melhor seria mesmo prová-la ao longo de um belo webcast.
On Hold
Não há crise que o justifique. Por mais pequeno, miserável e desorganizado que seja o Bodyboard, não há justificação possível para que não se consiga montar uma etapa, a primeira da época, na onda de casa do campeão mundial e, para o bem e para o mal, no centro da indústria do surf. Não há desculpa.
Campanhas a apelar à carteira de quem vê não chocam, mas são um péssimo sinal. Não ter, como li em entrevista, alguém exclusivamente dedicado à angariação de patrocínios é sinal de amadorismo. Não conseguir promover uma etapa em Pipeline é absurdo. E a IBA está, manifestamente, a passar um mau bocado.
É verdade que um desporto que tem em Portugal um dos seus maiores mercados não pode transpirar saúde financeira, mas não é menos verdade que por cá, país depenado e a mendigar com ajuda, ainda se fez um Nacional com pés e cabeça. Se por cá conseguiram, porque não o conseguem por lá?
No Facebook, as últimas novidades até são animadoras com o tio Mike a dar esperança que o evento se realize. Mas com ou sem prova,desenganem-se os aluados do costume, o panorama é negro. Porque não se consegue chegar às empresas brasileiras, porque os australianos nunca se deram bem em competição e porque agora mais que nunca os 'primos' bípedes não estão para ajudar. Porque mesmo nos últimos dois anos os live webcasts têm números pouco relevantes e porque não há uma única marca forte.
Depois de duas temporadas de luxo, nós fãs, teóricos de bancada, simples curiosos, aspirantes a atletas, paitrocinados ou patrocinados não estamos preparados para não ter etapa em Pipeline. Nós, bodyboarders, merecíamos mais.
Ainda que On Hold, deixo-vos com mais um pormenor da teoria que estava a preparar. Aparecendo a todos os heats, o André Botha não cai antes dos quartos-de-final. A teoria não era má, mas melhor seria mesmo prová-la ao longo de um belo webcast.
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